Não é por acaso que Jonathan Ive é considerado por muitos como a “alma gêmea” de Steve Jobs. Com o fundador da Apple e um estilo que ficou conhecido como “menos é mais”, o britânico foi responsável pelo design do iPhone, do iPad e tantos produtos icônicos que fizeram a fama e a fortuna da companhia.
Jobs faleceu em 2011 e, em 2019, Ive deixou a Apple, no que foi visto época como um sinal definitivo do fim de uma era na empresa da maçã. Passados seis anos, porém, ele está pronto para escrever uma nova história. E, mais uma vez, ao lado de um grande nome no mercado da tecnologia.
A OpenAI anunciou na quarta-feira, 21 de maio, a compra da iO Products, startup de hardware e dispositivos de inteligência artificial que tem Ive entre seus fundadores, em um acordo avaliado em aproximadamente US$ 6,5 bilhões e que foi baseado integralmente na troca de ações.
O negócio foi divulgado em um comunicado conjunto de Ive e Sam Altman, cofundador e CEO da OpenAI. Eles ressaltam que, há dois anos, a empresa e a LoveFrom, coletivo criativo fundado pelo designer, começaram a colaborar “discretamente”. O que, na sequência, ganhou laços mais estreitos.
“Ficou claro que nossas ambições de desenvolver, projetar e produzir uma nova família de produtos exigiam uma empresa inteiramente nova. E assim, há um ano, Jony fundou a iO com Scott Cannon, Evans Hankey e Tang Tan”, escrevem Altman e Ive.
Com a aquisição anunciada hoje, o time da iO Products vai ser incorporado à OpenAI para trabalhar mais próximo das equipes de pesquisa, engenharia e produtos da empresa, instaladas em São Francisco, na Califórnia.
“Enquanto a iO se funde com a OpenAI, Jony e a LoveFrom irão assumir responsabilidades profundas de design e criação na OpenAI e na iO”, observa a dupla, na postagem. “Não poderíamos estar mais animados.”
Parte desse entusiasmo se traduz nos valores envolvidos. Essa é a maior aquisição já realizada pela OpenAI e acontece poucas semanas depois de a dona do ChatGPT anunciar a compra da Windsurf, dona de um software de inteligência artificial para desenvolvedores e programadores, por US$ 3 bilhões.
Com esse apetite por M&As e capitalizada por um aporte recente de US$ 40 bilhões, liderado pelo Softbank, a OpenAI deixa cada vez mais claro que não vai economizar para se manter na dianteira da corrida da inteligência artificial.
Nesse contexto, a aposta em hardware vem se configurando como uma das alternativas da empresa para diversificar e reforçar sua oferta. E já se traduziu em outros acordos, como o investimento realizado na Physical Intelligence, startup de robótica de São Francisco, no fim de 2024.