Com um cenário positivo para a oferta e a demanda em patamares elevados pelo mundo, os analistas da XP Investimentos estão se servindo fartamente de carne e frango. A tal ponto de incluírem mais um nome em seu menu de recomendações. 

Nesta terça-feira, 13 de setembro, os analistas Leonardo Alencar e Pedro Fonseca acrescentaram a Minerva em seu universo de cobertura. A recomendação é de compra para as ações do frigorífico, com preço-alvo de R$ 19,10, valor que implica em um potencial de alta de 32% em relação aos patamares atuais. 

Ao mesmo tempo, eles elevaram a recomendação para as ações da BRF de neutro para compra, com preço-alvo de R$ 20,60. O relatório da XP também trouxe que a indicação de compra para Marfrig e JBS foi reiterada, com preços-alvo de R$ 28,30 e R$ 58,10, respectivamente.

Segundo os analistas, os frigoríficos e as companhias do ramo de alimentos estão se beneficiando de fundamentos positivos, além de suas ações estarem em patamares historicamente baixos.

No caso da proteína bovina, os frigoríficos brasileiros estão aproveitando a virada do ciclo do gado no País, com mais bois prontos para serem abatidos, e o dólar em níveis considerados positivos. 

Eles também estão vendo a demanda na Ásia, com destaque para a China, permanecendo aquecida, e esperam que os Estados Unidos aumentem as importações, com o gado pronto para o abate rareando no país. 

Esse é um cenário especialmente positivo para a Minerva, que concentra suas atividades no Brasil, além de ter operações no Paraguai, Uruguai, Argentina e Colômbia, onde a oferta de gado também é favorável. A expectativa é que o Ebitda da empresa apresente uma taxa de crescimento anual composto de 8,7% durante um período de cinco anos. 

“A plataforma de exportação diversificada permite à Minerva arbitrar os mercados dos quais exporta, ao vender das fábricas e países mais assertivos, considerando as circunstâncias do mercado”, diz trecho do relatório. 

Já o setor avícola está aproveitando um “alinhamento perfeito”, com queda dos custos com rações - fator que prejudicou muito a BRF nos últimos trimestres, gripe aviária nos Estados Unidos e Europa,e a guerra na Ucrânia. 

Esses dois últimos fatores - combinados com uma busca maior por carnes mais baratas em meio à alta dos preços nos mercados local e internacional, criaram um cenário perfeito para a oferta. Cenário esse que a BRF pode capturar, desde que a nova administração torne a empresa mais ágil, algo em que os analistas apostam. 

“Nós acreditamos que a nova administração será capaz de aproveitar as melhoras nos fundamentos e o bom momento para o setor de aves, uma situação que a antiga diretoria não conseguiu no passado”, diz trecho do relatório. 

Em relação aos dois outros nomes do setor de carne e frango, os analistas da XP mantiveram a JBS como sua principal indicação, por ser uma plataforma global de alimentos, o que oferece uma “resiliência rara para um player de commodities em um negócio cíclico.”

No caso da Marfrig, os analistas entendem que além dos fundamentos, as ações estão em patamares muito baratos.

Por volta das 12h55, as ações da Minerva caíam 1,94%, a R$ 14,14. No ano, elas acumulam alta de 39%, levando o valor de mercado a R$ 8,5 bilhões.

Os papéis da BRF recuavam 4,05%, a R$ 15,64. Com valor de mercado de R$ 16,8 bilhões, os papéis da empresa registram baixa de 30,5%.

As ações da JBS recuavam 0,85%, a R$ 28,08, acumulando baixa de 23,9% e somando valor de mercado de R$ 62,3 bilhões.

A Marfrig registrava uma queda de 2,69% de suas ações, para R$ 11,93, fazendo com que o valor de mercado alcançasse R$ 7,8 bilhões. Em 2022, os papéis acumulam recuo de 41,5%.