Um dos pontos-chave dos negócios da Amazon é a capacidade que a empresa tem de fazer tudo “dentro de casa”. Isso vale do e-commerce até a operação de transporte que realiza entregas em menos de um dia na casa dos clientes.
Para fortalecer essa estratégia, a empresa fundada por Jeff Bezos anunciou nesta quinta-feira, 21 de abril, que está lançando um fundo de investimento com capacidade para aportar até US$ 1 bilhão em startups que trabalham com supply chain e logística.
Chamado de Amazon Industrial Innovation Fund, o fundo terá como foco novas tecnologias que “aumentarão a velocidade de entrega e melhorarão ainda mais a experiência” de funcionários de seus centros de distribuição, conforme detalhado por Alex Ceballos, vice-presidente de desenvolvimento corporativo mundial da Amazon, em uma postagem no blog da empresa.
O valor médio dos cheques não foi revelado. Sabe-se que o fundo vai investir em empresas de “todos os estágios”, o que pode incluir startups e companhias já consolidadas no mercado.
Entre as startups, uma das que estão sendo apoiadas é a americana Modjoul, que desenvolveu uma tecnologia de segurança vestível que emite alertas e recomendações com o objetivo de reduzir lesões, como distúrbios musculoesqueléticos ou distensões e entorses, para funcionários que trabalham em centros de distribuição.
Vale lembrar que a Amazon está sendo pressionada para reduzir o número de lesões de funcionários de seus galpões logísticos. Em entrevista recente para a CNBC, Andy Jassy, CEO da Amazon que sucedeu a Bezos no cargo, afirmou que uma de suas prioridades é dar uma resposta em relação às lesões de trabalhadores da linha de frente.
O número de lesões de trabalhadores da Amazon aumentou mais de 20% no ano passado. Foram 38,3 mil ferimentos reportados em 2021 contra pouco mais de 27,1 mil no período anterior. A maior parte está relacionada com problemas com nervos, músculos e articulações devido ao esforço excessivo e repetitivo.
Outras três empresas, que não foram reveladas, também estão sendo apoiadas pelo novo fundo da Amazon. A gigante de Seattle apenas revelou que as startups estão desenvolvendo robótica “projetada para complementar e coexistir com a vida das pessoas”.
Neste sentido, vale lembrar que a Amazon tem sob seu controle a operação da Kiva Systems, que foi comprada em 2012 pela varejista. A aquisição permitiu que a Amazon lançasse galpões com equipamentos robóticos com o objetivo de acelerar a entrega dos produtos. A companhia inclusive está testando novos robôs que podem diminuir os movimentos feitos por trabalhadores humanos.
A Amazon já injeta capital em startups há algum tempo. Em 2020, a companhia lançou um fundo de investimento no valor de US$ 2 bilhões com o objetivo de apoiar a operação de empresas que desenvolvem tecnologias voltadas para o clima.
A companhia também opera o Alexa Fund, que tem capacidade de investir até US$ 200 milhões em tecnologias de inteligência artificial voltadas principalmente para o reconhecimento de fala.