Loggi, Loft, QuintoAndar, 99, Gympass, Nubank, Movile e Wildlife Studios. O que essas startups têm em comum, além do fato de terem sido fundadas no Brasil e de serem unicórnios, empresas que valem ao menos US$ 1 bilhão?

Todas elas são clientes do Silicon Valley Bank, considerado o banco das startups nos Estados Unidos. Lá, pelo menos 50% das startups que receberam aportes são seus clientes. Mais: 70% dos fundos de venture capital também usam os serviços da instituição.

Com ações negociadas na Nasdaq, o Silicon Valley Bank vale US$ 14 bilhões e está cada vez mais de olho no Brasil, em particular, e na América Latina, em geral.

“No ano passado, os fundos de venture capital investiram US$ 5 bilhões na América Latina. Na minha opinião, isso é apenas o começo”, disse Julia Figueiredo, diretora do Silicon Valley Bank para a América Latina, em entrevista ao programa CAFÉ COM INVESTIDOR, do NeoFeed.

A instituição financeira já conta com 800 clientes na América Latina, onde atua desde 2012. Em geral, são startups que recebem aportes em dólares e que precisam de uma conta corrente nos Estados Unidos.

Agora, o Silicon Valley Bank está dando seu passo mais ousado para fincar raízes na região latino americana ao lançar um fundo de venture debt de US$ 30 milhões, em parceria com o Partners for Growth (PFG) e com o IDB Invest, braço de investimento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O venture debt é uma forma de levantar recursos sem a necessidade de os empreendedores serem diluídos, como acontece em uma rodada tradicional quando um fundo de venture capital faz um aporte na startup. Na prática, é uma dívida que precisa ser paga em algum momento para o banco.

Figueiredo explica, nesta entrevista, quando é a hora de recorrer a essa modalidade de crédito. “O venture debt não é um capital para salvar uma empresa. É para aumentar seu crescimento”, diz ela.

A diretora do Silicon Valley Bank diz que o alvo com o fundo de venture debt é fazer até seis negócios. E que os cheques podem ir de US$ 1 milhão até US$ 15 milhões. Mas a meta é ficar entre US$ 3 milhões e US$ 5 milhões.

O objetivo é fazer cheques para startups que faturem até US$ 5 milhões no ano anterior ao “aporte”. E que estejam crescendo a taxas da ordem de 40% a 50%. A executiva já conversou com mais de 60 startups da região e deve anunciar os primeiros negócios em breve.

Mesmo sem nenhum aporte realizado até agora, Figueiredo conta que já começaram as conversas para um novo fundo de venture debt para a região. E diz que ele deve ser maior do que o primeiro.

Nesta entrevista, Figueiredo fala de sua trajetória profissional e conta do “Latinas in Tech”, grupo do qual ela é uma das fundadoras, que ajuda a inclusão das mulheres no mercado de tecnologia.

O Latinas in Tech surgiu em 2015 com apenas quatro mulheres, que começaram a se reunir para discutir os preconceitos que enfrentavam no meio de tecnologia. Hoje, reúne mais de 11 mil mulheres e tem representação em 11 cidades dos Estados Unidos. Confira essa e outras histórias no vídeo acima.

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