A fintech Stripe agora faz parte da elite do Vale do Silício. A startup acaba de receber um aporte de US$ 250 milhões dos fundos de venture capital Sequoia Capital, General Catalyst e Andreessen Horowitz, que a avaliaram em US$ 35 bilhões.
Com o novo aporte, a Stripe vale mais do que o site de hospedagem Airbnb, avaliado em US$ 31 bilhões, e da misteriosa empresa de big data Palantir, cujo valor é estimado em US$ 20 bilhões. À sua frente nos Estados Unidos, apenas o WeWork, que vale US$ 47 bilhões.
Mas a companhia de escritório compartilhado tentou abrir seu capital e desistiu por conta de problemas de governança e pelo fato de os investidores acreditarem que o valor de mercado era muito alto – o IPO só sairia com uma avaliação abaixo de US$ 20 bilhões.
"A Stripe é mais do que nunca uma aposta na internet como um motor econômico", disse Will Gaybrick, diretor de produtos da Stripe, em uma entrevista ao The Wall Street Journal. Um IPO não está no horizonte.
A Stripe é uma startup antiga para os padrões da internet. Fundada em 2010, pelos irmãos Patrick e John Collison, dois imigrantes irlandeses que aprenderam a programar ainda crianças, ela já recebeu mais de US$ 1,2 bilhão em capital nos últimos nove anos.
O último aporte havia sido em setembro de 2018, quando levantou US$ 245 bilhões da Tiger, DST Global e do Sequoia. Na ocasião, ela foi avaliada em US$ 20 bilhões
Fácil de usar
A Stripe é uma plataforma de pagamentos que permite que outras empresas de internet e marketplaces aceitam cartão de crédito. O Pagar.me, que foi comprado pela Stone, foi inspirado na startup americana.
Nos Estados Unidos, a startup processa bilhões de dólares de pagamentos anuais de milhões de usuários. Empresas como o Airbnb e a RealReal são algumas das que usam a plataforma de pagamentos da Stripe.
Seu segredo é a facilidade de integração com os sites de comércio eletrônico. Basta pegar algumas linhas de código e colar. Pronto, o site já está preparado para aceitar pagamentos online.
O aporte na Stripe mostra o apetite dos investidores por fintechs. No Brasil, isso está bem evidente. “As fintechs são as novas paleterias mexicanas”, diz um empreendedor, que está apostando nessa área.
Todos os grandes bancos estão com estratégias digitais e empresas como PagSeguro, do grupo Folha, e Stone abriram o capital nos Estados Unidos e conseguiram avaliações bilionárias.