O Itaú Private Bank saiu a mercado em busca de reforços. Com o plano de chegar a R$ 1 trilhão sob gestão até 2027, o banco contratou 12 profissionais do Julius Baer, a instituição que foi vendida para o BTG Pactual em janeiro deste ano por R$ 615 milhões.
As informações foram apuradas pelo NeoFeed e confirmadas pelo Itaú. Muitas contratações foram fechadas ainda em 2024, mas agora estão sendo efetivadas após fim de gardening leave, uma quarentena que os impedia de ir para a concorrência. Três desses profissionais são sênior bankers e atendem ao segmento ultra high net worth (acima de R$ 80 milhões).
Pedro Amado, que tem 30 anos de mercado, entrou no Julius Baer em 2018 após a aquisição do banco suíço da Reliance, onde ele ingressou em 2002. Maria Claudia Cagno estava na operação local do Julius Baer desde 2011 e Flavio Mascarenhas esteve por nove anos no Julius Baer como diretor regional - anteriormente ele atuou como diretor-executivo do BTG Pactual.
Segundo fontes ouvidas pelo NeoFeed, esses três bankers são referência no mercado e "teriam juntos carteiras bilionárias". É esse histórico de longos relacionamentos que faz o Itaú acreditar na migração dos clientes.
Outros seis profissionais que se mudaram para o Itaú são bankers. Entre eles, Bruna Casanova, que tinha 5,5 anos no Julius Baer. Há ainda outros três ligados a investimentos, como Andre Szasz, que foi Deputy CIO do Credit Suisse por 10 anos e entrou no Julius Baer em 2023.
A movimentação do Itaú não se restringiu apenas a esses profissionais. Nas últimas semanas, trouxe seis especialistas do Credit Suisse/UBS foram contratados para fortalecer a oferta do fiduciário offshore.
Em nota, Fernando Beyruti, head global do Itaú Private Bank, afirmou que as contratações agregam expertise de anos na indústria financeira e o espírito de inovação que o banco tem buscado.
“O Itaú Private Bank segue focado em continuamente melhorar e ampliar seu atendimento, oferecendo aos clientes o verdadeiro conceito de ‘full banking global’ que nossa estrutura é capaz de entregar e que é nosso diferencial”, diz a nota assinada por Beyruti.
O private banking do Itaú cresceu 15% em 2024 e detém hoje cerca de R$ 930 bilhões sob gestão. A tendência é o Itaú, sob a liderança de Beyruti, seguir investindo no crescimento orgânico do segmento. O Itaú Private Bank é líder de mercado com 28,8% de participação de mercado.
Quando o BTG adquiriu a operação do Julius Baer no Brasil, a companhia contava com R$ 61 bilhões sob consultoria. No começo novembro de 2024, o NeoFeed trouxe com exclusividade que o Goldman Sachs havia sido contratado para vender a operação do Julius Baer no País.
Naquele momento, BTG, XP, Itaú, Nubank, UBS, Bradesco e Santander eram alguns dos players que estariam dispostos a analisar o negócio. Mas Itaú, Bradesco e Santander teriam sido os primeiros a desistir.
Procurados pelo NeoFeed, o UBS disse que não iria comentar e o BTG Pactual não retornou ao pedido de entrevista.