A Estoca está levantando mais dinheiro para sua operação. Startup de soluções de fulfillment para e-commerces, a companhia fechou uma nova rodada junto a investidores privados. O aporte de US$ 6,1 milhões (cerca de R$ 32 milhões) é liderado pela gestora brasileira Astella e conta com a participação dos fundos FJ Labs e Irongrey.

A nova rodada também é acompanhada por Canary e Marathon Ventures, investidores que entraram no negócio nas duas captações anteriores. A Canary investiu em 2020, enquanto o fundo colombiano Marathon aportou na operação em março de 2021 em rodada liderada pela Y Combinator e com a participação das gestoras 8VC e K50.

Fundada em 2020 em São Paulo pelo engenheiro mecânico Caio Almeida e pelo cientista de computação Rodrigo Cava, que trabalharam juntos na Uber, a Estoca aposta em uma solução de fulfillment. Na prática, a empresa faz o armazenamento, o manuseio e a entrega de mercadorias de e-commerces.

Para ganhar dinheiro, a companhia cobra uma taxa que varia de acordo com a operação de cada cliente. O valor leva em conta o tíquete médio do e-commerce, o peso e o volume físico das mercadorias e o número de pedidos despachados mensalmente. A conta é acrescida do valor do frete, que muda conforme o destino.

Em tese, esse é um serviço semelhante ao realizado por marketplaces, como o Mercado Livre. A diferença é que a Estoca integra diferentes canais de venda em sua operação. Assim, mesmo que uma marca venda por múltiplos canais, o processo é concentrado em uma única empresa.

A operação logística está distribuída em três galpões localizados em Itapevi e Cotia (SP) e Extrema (MG). Outros três devem ser abertos neste ano. Ainda não há uma decisão de onde será feito o novo hub, mas a companhia pretende intensificar as entregas em regiões como Nordeste, Centro-Oeste e Sul. Já o transporte é feito por empresas parceiras.

Além da solução logística, a Estoca também dá aos vendedores ferramentas para que eles possam fazer a gestão do estoque e conta com uma solução de automação das notas fiscais. “O diferencial é a tecnologia que orquestra tudo isso e conecta todas as partes”, afirma Almeida.

A startup não revela o tamanho de sua operação. No fim do ano passado, a empresa tinha 55 funcionários e a expectativa é contratar mais 60 pessoas neste ano.

A Estoca informa que detém 50 clientes – o dobro do que tinha em março de 2021, quando captou seu último aporte. A maior parte está concentrada em segmentos como o de cosméticos, moda, alimentação e petshop. Entre as marcas mais conhecidas que usam o serviço estão Insider, Yuool, GL Embaixador e Lood.

Considerando apenas pequenas e médias empresas, as vendas por e-commerce movimentaram cerca de R$ 2,7 bilhões, segundo dados da Nuvemshop. O valor é 17% maior do que o registrado em 2021, que ficou em R$ 2,3 bilhões. Foram cerca de 46,5 milhões de produtos vendidos pela internet.

A Estoca não é a única interessada nesse mercado. Uma das rivais é a Cubbo, startup colombiana que já opera no Brasil. A empresa já levantou US$ 8 milhões em aportes, sendo que na última rodada recebeu US$ 5 milhões em operação liderada pela Gerdau Next Ventures, o fundo de corporate venture capital da produtora de aço.