Trocas de farpas alternadas com momentos de armistício. Desde janeiro de 2019, esse roteiro traduz a relação entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o governo de Jair Bolsonaro. E nesta quarta-feira, 29 de janeiro, essa trama ganhou um novo capítulo.

Durante um evento promovido pelo Credit Suisse, em São Paulo, Maia voltou a aquecer esse caldeirão ao tecer duras críticas a integrantes do alto escalão do governo. E ao destacar os reflexos desse contexto na imagem do País perante importantes atores internacionais.

Maia ressaltou que tem ouvido uma série de críticas de parlamentares e investidores do exterior sobre a postura adotada pelo governo brasileiro em relação às políticas ambientais.

“Temos o risco desse ano não ser tão bom se essa questão não for resolvida”, afirmou. “Mas não sei como o governo fará isso com esse ministro, que radicalizou demais e perdeu todas as condições de ser um interlocutor”, observou, referindo-se a Ricardo Salles, responsável pela pasta do Meio Ambiente.

Ao falar sobre o papel que o Congresso pode exercer nesse cenário, o parlamentar destacou que é preciso avançar em alguns projetos, como o marco para a criminalização das queimadas e outras iniciativas que gerem proteção e enviem um sinal positivo ao mercado internacional.

O Ministro da Educação, Abraham Weintraub, também não escapou da língua afiada de Maia. “O que fazer quando um investidor olhar que o Brasil tem um ministro da educação desses? Certamente, ele vai pensar que esse país não tem futuro”, ressaltou. “E que teve um passado ruim, pois conseguiu fazer um sujeito como esse ser ministro.”

“O que fazer quando um investidor olhar que o Brasil tem um ministro da educação desses? Certamente, ele vai pensar que esse país não tem futuro”, disse Maia

O presidente da Câmara comentou ainda o episódio do vídeo com referências ao nazismo publicado pelo então secretário especial da Cultura, Roberto Alvim, há duas semanas. “Foi inaceitável. Esse indivíduo é um autoritário ou é um louco. A demissão foi acertada”, afirmou Maia.

Ele também elogiou o convite a atriz Regina Duarte para assumir o posto. Com uma última cutucada. “Foi uma decisão inteligente do presidente. Ninguém mais está falando dele, só dela”, disse. “Mesmo que não fique, ela já cumpriu um papel importante no governo.”

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