O momento que estamos passando é muito grave. Como empresário, ao longo das últimas décadas, enfrentei muitos momentos difíceis, de crises enormes e até de certo pânico, como a escassez de produtos dos últimas dias do Plano Cruzado do governo Sarney, o confisco do governo Collor, os atentados às Torres Gêmeas no 11 de Setembro de 2001, e a queda da economia americana em 2008.

Infelizmente, nenhuma dessas crises pode ser comparada com o momento atual, em que o avanço do coronavírus está, literalmente, fazendo o mundo parar, trazendo consequências que nos impactarão muito pelos próximos meses.

Não quero ser alarmista, mas, a partir de minha ampla vivência e experiência como homem de negócios e também como quem desenvolve projetos sociais há muitos anos, acredito que o Brasil enfrentará situação ainda mais grave do que o que vem ocorrendo na Itália.

Temos uma população três vezes maior que a Itália e não dispomos de atendimento hospitalar adequado para cuidar de casos suspeitos, e muito menos, dos casos confirmados.

Além disso, acho que muitos em nosso País ainda não se deram conta da gravidade da situação, pois continuam indo a lugares com aglomerações, como festas, praia e até passeatas, como o caso do presidente da República, que desaconselhou o povo ir às ruas, mas foi ele próprio na manifestação, abraçou e cumprimentou dezenas de pessoas.

De acordo grande parte dos especialistas, a restrição da circulação é a única forma de evitar que o número de casos exploda, e, embora essa medida vá provocar uma crise econômica de proporções enormes, não vejo outra saída no curto prazo.

Muitos em nosso País ainda não se deram conta da gravidade da situação, pois continuam indo a lugares com aglomerações, como festas, praia e até passeatas, como o caso do presidente da República

Cabe aos governos Federal, Estaduais e Municipais, agirem de forma integrada, tanto na contenção do vírus quanto no atendimento aos doentes, mas também, na adoção de medidas que possam minimizar impactos econômicos para as empresas e para os mais pobres.

Vejo o cenário atual como se estivéssemos em uma guerra, porém sem tiros, bombas e mísseis. Precisamos de um grande pacto nacional, acima de ideologias e disputas políticas, para superar este momento gravíssimo que se aproxima.

Carlos Wizard Martins é empresário, professor e escritor. Controlador do grupo Sforza, que tem negócios nas áreas de alimentação (Pizza Hut, KFC, Taco Bell, Frango Assado), varejo especializado (Mundo Verde), tecnologia (Hub Fintech e Social Bank), entre outros. Desde 2018, Carlos Wizard reside em Roraima e se dedica em tempo integral a contribuir com a causa dos refugiados venezuelanos que chegam ao Brasil. Para isso, articula ações de acolhimento, mobilizando lideranças dos mais diversos ramos de atuação em todo o País.

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