O fundo de investimento Digital Colony não é exatamente um novato na região latino-americana. Desde que captou US$ 4 bilhões, em maio do ano passado, ele fez alguns investimentos na região.

No ano passado, o Digital Colony comprou a brasileira Highline, de torres de celulares, que pertencia ao Pátria. O fundo também atuava no México, com a Mexico Tower Partners, e no Chile, Peru e Colômbia, com a Andean Telecom Partners.

Mas agora a Digital Colony está chegando de forma estruturada à região. O responsável por levar adiante a nova estratégia é Marcos Peigo, ex-executivo da IBM e do UOL.

Peigo se tornou sócio da Digital Colony e será responsável pelos investimentos na região latino-americana. O objetivo é investir em data centers, torres de celulares e fibra óptica.

A primeira aposta sob a gestão de Peigo foi a aquisição da UD Tecnologia, data center que pertencia ao UOL, num negócio estimado entre US$ 300 milhões e US$ 400 milhões.

“Temos deep pocket. Não há restrição de investimentos”, disse Peigo ao NeoFeed. “Trabalhamos em busca de oportunidades.”

O primeiro fundo, de US$ 4 bilhões, já está com quase todos os recursos alocados. A Digital Colony começa agora a captação de um segundo fundo que, segundo Peigo, será ainda maior. O dinheiro poderá ser investido em qualquer região do globo.

A UD Tecnologia, comprada pela Digital Colony, passará a se chamar Scala. Ela será a marca de data centers da Digital Colony na América Latina.

Nesse primeiro momento, Peigo, que será também o CEO da Scala, diz que a companhia irá se expandir para Chile e México. A ida para Argentina e Colômbia são também duas possibilidades que estão em estudo.

Marcos Peigo, sócio da Digital Colony para a América Latina

O executivo afirma também que negocia sete terrenos e prédios (seis deles em São Paulo e um em Campinas) para a construção de novos data centers para o crescimento orgânico da Scala.

Ao mesmo tempo, Peigo ficará responsável pela busca de oportunidades nas outras áreas consideradas prioritárias para o fundo, como torres de celulares e fibras ópticas.

A Digital Colony é fruto da união da Colony Capital, que atua no mercado imobiliário, com a Digital Bridge, que já investia em infraestrutura de telecomunicações, em julho do ano passado.

Antes de se unirem, as duas companhias já tinham se associado para criar um fundo para investir em infraestrutura digital. Juntas, as duas companhias têm US$ 49 bilhões em ativos sob gestão.

Nessa nova fase, a plano é mudar o mix dos ativos. Hoje, a relação está em 60% de ativos de real estate e 40% de infraestrutura digital. O plano é inverter essa relação até o fim de 2021.

Em 2022, a ideia é que os ativos de infraestrutura digital representem 90% da carteira da Digital Colony. “Isso é música para os meus ouvidos”, brinca Peigo.

É fácil de entender a alegria de Peigo. Ele vai ter de crescer em muito os ativos de infraestrutura digital da Digital Colony, que já não são pequenos. O fundo já é dono de mais de 90 data centers, tem mais de 2 mil quilômetros de fibra óptica na Europa e Américas e 350 mil pontos de torres de celulares.

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