Em novembro de 2021, a General Atlantic e a Dragoneer investiram US$ 150 milhões (R$ 825 milhões) na compra de participações minoritárias na cearense Arco. Um ano depois, os dois acionistas estão avançando substancialmente no interesse pelo grupo brasileiro de educação e tecnologia para o setor listado na Nasdaq.

No fim da noite da quarta-feira, 30 de novembro, a Arco informou em fato relevante que recebeu uma oferta preliminar não vinculante encampada pelos dois fundo americanos para fechar o capital da companhia.

Na oferta pública de aquisição, a General Atlantic e a Dragoneer propõem comprar todas as ações ordinárias Classe A em circulação da Arco – 51% do capital, pelo valor de US$ 11 por ação, o que representa um prêmio de cerca de 22% sobre o preço do papel no fechamento do pregão da quarta-feira, de US$ 9,04.

A proposta tem o apoio de Oto Brasil de Sá Cavalcante e Ari de Sá Cavalcante Neto, fundadores da empresa e donos de 48,9% da operação. Segundo o comunicado, os dois seguirão no controle da empresa, pois irão manter o mesmo poder de voto por meio das ações Classe B que detêm atualmente.

“Acreditamos que somos particularmente adequados para liderar uma transação privada e fazer uma parceria com a companhia para alcançar seus objetivos de longo prazo”, ressaltaram os dois fundos em carta enviada ao Conselho de Administração da Arco.

Enquanto isso, no curto prazo, a Arco lida com os efeitos do cenário macroeconômico que vem afetando boa parte das empresas ligadas à tecnologia. Em 2022, suas ações acumulam uma desvalorização próxima de 57%.

Atualmente, a empresa está avaliada em US$ 513,9 milhões. A cifra está abaixo dos US$ 850 milhões em que a companhia foi avaliada quando listou suas ações na Nasdaq, em setembro de 2018, com suas ações precificadas a US$ 17,50.

Mesmo sob esse contexto, a Arco segue ativa em sua estratégia de M&A. No início de outubro desse ano, a empresa anunciou a aquisição de 75,1% do capital social da isaac. A empresa já detinha uma fatia de 24,9% na startup brasileira dona de uma plataforma de sistemas de gestão financeira e de backoffice para escolas.

Em outro movimento inorgânico, em fevereiro deste ano, a Arco comprou a PGS e a Mentes do Amanhã, dois ativos da Pearson Education no Brasil. Antes, em 2021, a lista de aquisições incluiu nomes como a Edupass, plataforma de benefícios educacionais; a edtech Eduqo; a Me Salva!, de cursos preparatórios para vestibular; e os sistemas educacionais COC e Dom Bosco.

Na noite desta quinta-feira,1 de dezembro, a empresa anuncia seu resultado relativo ao terceiro trimestre de 2022. No primeiro semestre do ano, a Arco reportou uma receita líquida de R$ 842,1 milhões, o que representou um salto de 43% sobre igual período, no ano passado.