Em um movimento surpreendente, o Itaú Unibanco está formando uma joint venture com a Totvs que tem como objetivo distribuir e ampliar os serviços financeiros do sistema de gestão da Totvs.

A divisão de techfin da Totvs vai passar a fazer parte dessa joint venture que passará a se chamar Totvs Techfin S.A. O Itaú ficará com uma fatia de 50% da nova empresa.

Pelo acordo, o banco está pagando R$ 610 milhões e, como preço complementar (earn-out) desembolsará até R$ 450 milhões após cinco anos, mediante o atingimento de determinadas metas.

O Itaú, segundo comunicado divulgado ao mercado, contribuirá com funding para as operações atuais e futuras, bem como com expertise de crédito e desenvolvimento de novos produtos.

A governança estabelecida determina que cada um dos sócios terá o direito de indicar metade dos membros do conselho de administração e da diretoria.

Com a nova empresa, o Itaú deve usar a base de usuários da Totvs, formada por pequenas e médias empresas, para fazer a distribuição de seus serviços financeiros.

A divisão techfin da Tovs, que passará a fazer parte da nova empresa, faturou R$ 281,5 milhões em 2021, um crescimento de 117,5% em comparação ao ano anterior.

Essa divisão contempla os negócios da Supplier e de novos produtos, como Antecipa, Consignado, Painel Financeiro, EduConnectPAY, Mais Negócios, Mais Prazo e Pagamento Instantâneo.

Essa não é a primeira joint venture realizada pela Totvs, que se notabilizou por ser uma máquina de M&A (são mais de 40 aquisições ao longo de sua história).

A empresa fundada por Laércio Cosentino anunciou uma joint venture com a B3, em julho do ano passado, para criar a Dimensa, uma empresa que atua fornecendo infraestrutura tecnológica para o mercado financeiro.

Na ocasião do acordo, a B3 pagou R$ 600 milhões para deter uma fatia de fatia de 37,5% na nova empresa, que foi avaliada em R$ 1,6 bilhão. Desde então, a Dimensa já fez três aquisições, conta com 550 clientes e atende mais de 140 instituições financeiras.

O Itaú, por sua vez, tem uma parceria com a Omie, rival da Totvs na área de gestão, para distribuição da plataforma da startup em seu portal Itaú Meu Negócio, que inclui produtos e serviços não bancários para pequenos e médios negócios.

A conclusão da operação precisa das aprovações do Comitê Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e do Banco Central.