A Wiz Soluções segue firme na busca por parcerias que ampliem e diversifiquem sua área de atuação para compensar os efeitos do fim da exclusividade com a Caixa.

Outro passo nesse sentido foi dado nesta quinta-feira, 14 de abril, com o anúncio de um acordo com o Paraná Banco para a distribuição de produtos de seguridade aos clientes do banco.

A parceria prevê a criação de uma joint venture que terá exclusividade de dez anos na venda de seguros aos clientes do Paraná Banco, composta em grande parte por servidores públicos, aposentados e pensionistas do INSS, com forte demanda por crédito consignado.

Pelos termos acertados, o Paraná Banco vai estruturar a nova empresa, cujo nome ainda não foi definido, e vender 40% do capital social para a Wiz, por um total de R$ 43,6 milhões, valor que considera o atingimento de todas as metas estabelecidas para a nova empresa.

O acordo prevê ainda que a Wiz poderá elevar sua fatia na joint venture a 49%. A operação está sujeita à aprovação do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

“Vamos trazer um portfólio de soluções para reforçar o relacionamento dos clientes com o Paraná Banco, inicialmente com produtos mais óbvios, como seguro de vida, podendo partir para soluções mais sofisticadas no médio prazo”, diz Heverton Peixoto, CEO da Wiz, ao Neofeed. “Vemos oportunidades claras neste momento em que a pandemia reforçou as preocupações de proteção das famílias.”

Para Cristiano Malucelli, CEO do Paraná Banco, a parceria está alinhada à estratégia adotada nos últimos anos de estimular o chamado cross selling, a oferta de produtos complementares aos clientes.

A joint venture com a Wiz permitirá ampliar a oferta de seguro garantia e disponibilizar aos clientes outros produtos, como seguros prestamista, auto e residencial. “A parceria está bem desenhada para materializar nosso plano de cross selling”, afirma Malucelli.

A joint venture com o Paraná Banco representa mais um passo na estratégia da Wiz de contornar o fim do acordo com a Caixa. Criada em 1973, a Wiz prestou serviços exclusivamente para o banco estatal até 2018, quando a Caixa resolveu abrir um processo competitivo para alterar a relação com o prestador de serviços da Caixa Seguridade. A Wiz acabou não sendo selecionada.

Desde então, a corretora de seguros foi firmando parcerias com outras empresas, como foi o caso da joint venture com a rede de concessionárias Caoa, fechada no ano passado e que deu à Wiz exclusividade de 20 anos na exploração para a oferta e comercialização de seguros e produtos financeiros.

A Wiz também anunciou no ano passado uma joint venture com a Galapagos Capital, entrando na parte de crédito, e outra com a LG Lugar de Gente para criar uma plataforma de benefícios para funcionários de empresas.

A formação de parcerias seguiu nesse começo de ano, quando a Wiz e o Banco de Brasília (BRB) lançaram uma joint venture que oferecerá produtos de seguridade, capitalização, previdência e consórcio nas agências da instituição por 20 anos.

A expectativa é de que essas e outras parcerias ajudem a compensar o encerramento do acordo com a Caixa, que respondia por quase 80% da receita da Wiz há quatro anos. Mas as parcerias ainda devem demorar para compensar o fim da parceria com o banco.

O faturamento da Wiz começou a ser afetado a partir de meados de agosto, quando terminou o período de transição para a transferência das atividades de corretagem realizadas pela Wiz para a Caixa. No quarto trimestre, a receita bruta caiu 26%, na comparação com o mesmo período de 2020, para R$ 194,4 milhões, depois de recuar 25% no terceiro trimestre.

Para Peixoto, a parceria com o Paraná Banco deve começar a colaborar para a receita da Wiz a partir de 2023. Ele espera obter as aprovações das autoridades regulatórias o mais rápido possível, para iniciar as operações no segundo semestre deste ano.

As ações da Wiz fecharam o pregão de hoje com alta de 0,32%, a R$ 8,32. Avaliada em R$ 1,3 bilhão na B3, os papéis da empresa acumulam alta de mais de 8% em 2022.