Para combater a escalada do TikTok, em agosto de 2020, o Instagram aplicativo de compartilhamento de fotos e vídeos do Facebook, lançou o Reels, ferramenta que investe nos mesmos princípios do rival chinês, como a gravação de vídeos de curta duração, além de recursos de efeitos e edições.

Agora, quase um ano depois, o Instagram está disposto a escrever mais um capítulo nessa disputa. Dessa vez, no entanto, o roteiro a ser seguido pelo aplicativo envolverá, ao que tudo indica, uma trama mais elaborada.

“Não somos mais um aplicativo de compartilhamento de fotos”, afirmou Adam Mosseri, head do Instagram, em vídeo publicado na quarta-feira. “O vídeo está gerando um enorme crescimento para todas as principais plataformas no momento e penso que precisamos nos apoiar mais nesse recurso”.

Apontado por analistas como o principal motor de crescimento do Facebook, o Instagram vem perdendo terreno e não apenas para o TikTok. E Mosseri fez questão de nomear quem mais está tirando o sono do aplicativo.

“Vamos ser honestos, há uma competição realmente séria agora: o TikTok é enorme, o YouTube é ainda maior e há muitos outros novos nomes também”, afirmou. “Isso significa mudança para o Instagram nos próximos meses. Há uma disputa acirrada e muito mais a fazer.”

Entre os planos anunciados pelo executivo está o projeto de testar nos próximos meses recursos mais avançados no formato de vídeos, com experiências mais imersivas, em tela inteira e mais voltadas à visualização em smartphones, além de recomendações de conteúdos, incluindo aqueles de contas que os usuários não seguem.

Em termos de usuários ativos, o YouTube lidera entre as três plataformas, com 2,29 bilhões de pessoas, segundo a consultoria americana Statista. O Instagram está em segundo com 1,28 bilhão, seguido pelo TikTok, o novato do trio, com 732 milhões.

O YouTube também está no topo quando o indicador é a média mensal de horas dos usuários nessas ferramentas. Nos Estados Unidos, a plataforma de vídeos registrou, segundo a consultoria Annie, 23,1 horas por usuário em 2020. O TikTok veio logo atrás com 21,5 horas e o Instagram registrou 7,5 horas.

No Brasil, o YouTube também liderou esse ranking, com 26,3 horas, no ano passado. O Instagram, por sua vez, ficou com 14 horas, empatado com o TikTok, que havia registrado uma média de 6,8 horas em 2019, contra 11,5 horas do aplicativo controlado pelo Facebook.