A processadora de pagamentos Stone e a desenvolvedores de software para o varejo Linx abriram negociação para unir os seus negócios, de acordo com fato relevante divulgado há pouco.

De acordo com o comunicado, a Linx diz que está em “tratativas finais visando uma possível combinação de negócios com a StoneCo Ltd., por intermédio de sua controlada brasileira STNE Participações S.A.”

A companhia acrescenta que “não há, neste momento, nenhum documento vinculativo assinado pela companhia a respeito dessa transação, e, portanto, não há garantia de que uma potencial operação seja concluída.”

As ações da Stone avançaram mais de 10% na Nasdaq depois do comunicado. Os papéis da Linx subiam mais de 30% na B3.

"Esse negócio é fundamental para a Stone surfar o PIX", diz uma fonte que acompanha de perto esse mercado. "O jogo não é mais de quem tem a maquininha, mas sim de quem tem o PDV."

A Linx chegou anunciar uma joint venture com a Cielo em 2014, que teria como foco "o desenvolvimento e comercialização de uma solução única e integrada, que embarca automação comercial, software de gestão e plataforma de pagamentos eletrônicos, para os pequenos varejistas brasileiros." Mas o negócio, na época, não avançou.

De acordo com fontes com quem o NeoFeed conversou, Linx e Stone chegaram a discutir um possível negócio há cerca de dois anos. Mas não houve um acordo entre as partes. Agora, as duas empresas tiveram suas operações afetadas pela pandemia do novo coronavírus, o que acelerou as negociações.

A transação, se concluída, vai unir uma empresa que quer avançar no varejo (a Stone) com outra que quer uma fatia de serviços financeiros (a Linx). E cria um competidor de peso em um momento em que a Cielo está fragilizada.

Se o negócio avançar, essa não é a primeira investida da Stone na área de sistemas de gestão. A companhia já desenvolveu um software de gestão para bares, restaurantes e para comerciantes de pequeno e médio porte.

Em menos de um ano, 100 mil clientes já usam, pelo menos, um de seus produtos de gestão, segundo entrevista de Augusto Lins, presidente da Stone, ao NeoFeed, em dezembro do ano passado. “Isso já atinge 25% dos nossos clientes”, disse ele, na época.

Além disso, a Stone tem feito uma série de movimentos para ganhar espaço em outras áreas. Em maio deste ano, a empresa comprou a startup Vitta, plataforma de saúde que faz agendamento de consultas e atendimentos a distância.

Na ocasião, a empresa também adquiriu 50% da participação da MLabs, empresa de marketing e redes sociais, e investiu na Delivery Much e na MVarandas.

A Linx também diversificou sua atuação, criando a área batizada de Linx Pay, que a colocou como uma outsider na guerra das maquininhas.

Além disso, a empresa fez uma série de acordos com grandes varejistas e marketplaces, como B2W, dona das marcas Submarino e Americanas.com, Mercado Livre e Magazine Luiza, para integrar os lojistas dessas plataformas ao seu software gestão.

Em 2019, foram transacionados R$ 300 bilhões através dos sistemas da Linx. Ela contava com mais de 50 mil clientes, em diversos segmentos da economia, de farmácias a postos de gasolinas, passando por restaurantes e operações de comércio eletrônico.

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