Em maio de 2019, o fundo japonês Softbank chegou ao mercado latino-americano com um fundo de US$ 5 bilhões para investir em startups da região.
Foi uma notícia que trouxe euforia ao setor de venture capital por conta do montante bilionário. Mas o efeito WeWork está fazendo o fundo adotar uma nova postura em 2020: será mais cauteloso nos seus investimentos em 2020.
O recado reflete os problemas enfrentados pelo Softbank na empresa de coworking, que tentou abrir o capital, não conseguiu e quase ficou sem dinheiro. Para não perder o investimento, o fundo japonês teve de resgatar a companhia e assumiu o seu controle.
"Não há dúvida de que cometemos alguns erros", disse André Maciel, diretor da operação brasileira do Softbank, em um encontro com jornalistas para fazer um balanço do fundo na América Latina. "Temos sido mais cautelosos em avaliações e nos certificamos de que existem freios e contrapesos."
Esse novo posicionamento vai se refletir no número de investimentos que devem ser feitos em 2020. Segundo Maciel, a estimativa é menos negócios, porém cheques maiores. Em 2019, foram 19 investimentos na região, sendo que 15 deles se tornaram públicos.
“Fizemos as transações mais óbvias em 2019”, disse Maciel. “É difícil manter esse ritmo de investimento, mas devemos continuar com algumas coisas no começo do ano que vem.”
Em 2019, os aportes do Softbank variaram entre US$ 7 milhões e US$ 350 milhões. Do fundo de US$ 5 bilhões, o Softbank desembolsou entre R$ 6 bilhões e R$ 10 bilhões (Maciel diz que não pode passar dados precisos, por isso dá essa variação tão ampla).
O maior aporte do Softbank foi no Rappi, aplicativo de origem colombiana de entregas, que recebeu US$ 1 bilhão liderado pelo fundo japonês. No Brasil, o fundo do bilionário japonês Masayoshi Son já investiu na Loggi, Gympass, MadeiraMadeira, Olist, Volanty, Creditas, Banco Inter, Buser, QuintoAndar e Vtex.