Encontrar o pequeno subconjunto de células capazes de produzir o anticorpo correto no combate a uma doença é como procurar "uma agulha no palheiro", uma tarefa que requer semanas de pesquisas ininterruptas.

Mas, em momentos de pandemia, encontrar o anticorpo certo se torna uma questão de vida ou morte, literalmente.

É quem está participando dessa corrida é a startup californiana Berkeley Lights, dona de uma tecnologia que usa a luz para isolar rapidamente milhares de células, economizando semanas inteiras de trabalho.

A Berkeley Light tem sido uma das protagonistas mais desconhecidas na batalha contra a Covid-19. Com sua plataforma Beacon, que consegue em um curto espaço de tempo encontrar as células acertadas e vivas, a startup tem auxiliado especialistas na China, na Austrália e nos Estados Unidos. 

De acordo com uma reportagem da Forbes, na busca pela vacina do coronavírus, a empresa americana de biotecnologia GenScript utilizou a ferramenta Beacon para completar, em menos de 24 horas, um processo de identificação de células que demoraria três meses com a tecnologia anterior. 

Peça-chave na caça à cura dessa pandemia, a Berkeley Lights foi fundada em 2011. Desde então, levantou US$ 191,5 milhões de investimentos de fundos de venture capital como a Sequoia, Nikon e Paxion Capital Partners.

Hoje, com quase 200 funcionários e escritórios nos Estados Unidos e na China, a startup parece mostrar que a aposta foi certeira: sua receita passou de US$ 17 milhões, em 2017, para US$ 57 milhões, no ano passado. A projeção é que este ano as cifras sejam ainda melhores, já que a companhia está a todo vapor.

Além da parceria com a Universidade Vanderbilt, para onde são enviadas amostragens de sangue de pacientes dos EUA para serem testadas na plataforma Beacon, a Berkeley Lights também tem colaborado com a Universidade de Queensland, na Austrália. Lá a missão é identificar e testar uma proteína recombinante do vírus, que talvez faça ponte para uma provável vacina. 

Apesar da chance de potencializar os ganhos, o CEO da empresa, Eric Hobbs, não se mostra preocupado com isso. "Esse é o momento de fazermos nossa parte e ajudar nossas comunidades", disse Hobbs, em entrevista ao jornal São Francisco Business Times.

Hobbs tranquiliza quem se preocupa com um possível "apagão" da empresa diante do excesso de demanda atual. Segundo o executivo, as máquinas empregadas na plataforma Beacon não têm "componentes significantes" vindos da China, país que parou sua produção para tentar conter a disseminação do vírus. 

Não apenas não haverá nenhum "apagão", como a Berkeley Lights deve ampliar seu poder de fogo. "Estamos aprendendo e desenvolvendo novas ferramentas que nos permita reagir com mais rapidez diante de uma próxima ameaça, para que não cheguemos a esse ponto novamente no futuro."

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