Com uma nova rodada de US$ 600 milhões, a fintech americana Stripe viu sua avaliação de mercado ser alavancada para impressionantes US$ 95 bilhões. O aporte contou com a participação da Sequoia Capital e da National Treasury Management Agency, responsável pelos investimentos do governo da Irlanda.
Com a nova avaliação, a Stripe se tornou a startup mais valiosa dos Estados Unidos, superando a empresa de foguetes SpaceX (US$ 74 bilhões), de Elon Musk. No ranking global, a fintech só perde para a chinesa Bytedance, criadora do TikTok, que, de acordo com a consultoria CB Insights, vale US$ 140 bilhões.
O valor da Stripe quase triplicou em um único ano, superando até mesmo os US$ 80 bilhões de Facebook e os US$ 72 bilhões de Uber antes que as duas empresas abrissem o capital na bolsa americana.
Em 2019, a startup havia captado outros US$ 250 milhões. Já naquela época, avaliada em US$ 35 bilhões, havia entrado para a elite do Vale do Silício, deixando para trás empresas como Airbnb, então avaliado em US$ 31 bilhões, e a empresa de big data Palantir, avaliada em US$ 20 bilhões. De acordo com o site Crunchbase, a empresa já captou US$ 2,2 bilhões.
A CFO da companhia, Dhivya Suryadevara, afirmou ao site Business Insider que a captação foi mais uma questão de oportunidade do que necessidade. Com os recursos, a empresa quer expandir sua atuação na Europa, considerado um mercado tão estratégico quanto os Estados Unidos.
Apenas em Dublin serão contratados mil novos funcionários. Hoje, a Stripe tem 2.500 pessoas na equipe, divididos nos 43 países em que atua, espalhados pela Europa, Ásia, Oceania e nas Américas. O Brasil está entre eles, mas o serviço está disponível por aqui em uma versão "prévia". O lançamento completo está previsto para este ano.
Fundada em 2010 pelos irmãos Patrick e John Collison, imigrantes irlandeses que aprenderam a programar muito cedo, a Stripe oferece uma plataforma de pagamentos facilmente integrada em sites de comércio eletrônico.
O rápido crescimento no último ano também mostra o apetite das empresas pelo e-commerce. E a pandemia acelerou esse processo. Desde que as medidas mais rígidas de isolamento social foram adotadas na Europa, mais de 200 mil novas empresas passaram a usar a plataforma criada pela Stripe.
Ao jornal britânico Financial Times, o cofundador John Collison afirmou que foram processadas cinco mil transações por segundo ao longo de 2020, entre pagamentos, devoluções, conferência de dados de clientes e outras atividades registradas na interface de programação da empresa.
Inicialmente, o foco da Stripe foi oferecer seus serviços para outras startups, mas, no último ano, viu a demanda de grandes empresas por sua plataforma disparar. Hoje, Zoom, Salesforce, Shopify e as empresas de delivery Instacart e Deliveroo estão entre seus clientes.
Em um momento em que dezenas de startups estão em busca do IPO, a Stripe tem preferido manter seu capital fechado. Como uma empresa privada, não divulga dados de faturamento. O CFO Suryadevara afirma que não tem intenção de buscar um IPO tão cedo e prefere concentrar os recursos e os esforços em consolidar a empresa.