O Kaszek captou US$ 1 bilhão em dois novos fundos em tempo recorde – o mesmo valor do que levantou nos últimos 10 anos. Foi um sinal claro que que a América Latina deixou de ser o patinho feio para fundos de venture capital e está atraindo a atenção global.

Para Paulo Passoni, um dos sócios do Softbank Latin America, a indústria de venture capital e growth equity está ainda na sua primeira infância na América Latina.

Em sua participação no CEO Conference 2021, organizado pelo BTG Pactual, Passoni traçou um cenário bem otimista para a região latino-americana, mostrando um crescimento acelerado de investimentos em startups nos próximos anos.

Segundo Passoni, antes de o Softbank começar a apostar na região, em 2019, o volume de investimentos de venture capital e growth equity ficava na casa dos US$ 2 bilhões ao ano. “A nossa entrada levou isso para US$ 4 bilhões”, disse ele. “Esse ano vai passar de US$ 6 bilhões.”

Em um período de dois a três anos, Passoni acredita que os investimentos “passam fácil de US$ 10 bilhões”. E, de cinco a dez anos, chegam a um patamar entre US$ 20 bilhões e US$ 30 bilhões.

No ano passado, segundo o estudo Inside Venture Capital Brasil, realizado pelo hub de inovação Distrito, as startups brasileiras captaram mais de US$ 3,5 bilhões – a previsão de Passoni é para toda a América Latina.

Esse valor representa pouco mais de 2% de tudo o que foi investido nos Estados Unidos em 2020, de acordo com dados do PitchBook. No período, os aportes em startups americanas somaram US$ 148 bilhões.

Em 2021, os aportes estão em alta no Brasil. Nos primeiros quatro meses desse ano, as startups brasileiras captaram US$ 2,35 bilhões, segundo o Distrito. Esse volume representa 66% do que foi investido em 2020.

Passoni (à esq. no vídeo), durante sua participação no CEO Conference 2021

No debate, no qual participavam também Joaquim Lima, da Riverwood Capital; Renato Mazzola, do BTG Pactual; e André Maciel, da Volpe Capital, Passoni ainda brincou com sua previsão, dizendo que aqueles que a consideravam maluca ou eram céticos com o avanço dessas empresas tecnológicas deviam, no mínimo, aprender com essa tendência. No máximo, ganhar dinheiro com ela.