Na semana passada, o mercado foi pego de surpresa com a notícia que de Elon Musk assumiu uma fatia de 9,2% do Twitter. A notícia foi revelada a partir de um documento arquivado na Securities and Exchange Commission (SEC), mostrando que a compra da participação havia sido feita em 14 de março.
Exatamente um mês depois desse movimento “silencioso”, Musk, o homem mais rico do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 259 bilhões, decidiu fazer barulho nesta quinta-feira, 14 de abril, ao fazer uma proposta para comprar o restante do Twitter.
Na nova investida, o bilionário disse que irá pagar US$ 54,20 por ação do Twitter, em dinheiro, o que avalia a empresa em US$ 43 bilhões. O preço representa um prêmio de 18,2% sobre a cotação do papel no pregão da quarta-feira, de US$ 45,85, que deu a companhia um valor de mercado de US$ 36,7 bilhões.
“Se não for aceito, precisarei reconsiderar minha posição como acionista”, afirmou o bilionário, em carta enviada a Bret Taylor, CEO do Twitter. Ele classificou a proposta como sua “melhor e final oferta”. “O Twitter um potencial extraordinário. Vou desbloqueá-lo.”
No documento, Musk ressaltou que investiu na operação por acreditar que a empresa tem o potencial de ser a “plataforma para a liberdade de expressão em todo o mundo. “E acredito que a liberdade de expressão é um imperativo social para uma democracia”, escreveu.
Dentro desse raciocínio, ele também observou que a companhia precisa se tornar privada, pois “não pode prosperar nem servir” à liberdade de expressão em seu modelo atual.
Em resposta, o Twitter afirmou que irá avaliar “cuidadosamente” a proposta. Nas negociações do pre-market, nesta quinta-feira, as ações da empresa estão subindo quase 7%, a US$ 48,98.
Desde 1º de abril, o pregão anterior à notícia de sua primeira investida na companhia, as ações da empresa acumulam uma valorização de 16,6%. Na segunda-feira, 4 de abril, quando o movimento veio à tona, os papéis encerraram o pregão com alta de 27,1%.
Na sequência da divulgação da compra da fatia de 9,2%, Musk foi indicado para assumir um assento no Conselho de Administração do Twitter. No início desta semana, no entanto, ele anunciou que havia decidido não participar do board.
Para parte do mercado, o recuo se deu justamente pelo fato de que Musk já planejava avançar e adquirir uma parcela maior das ações da companhia. Caso aceitasse o convite, isso não seria possível, dado que as normas do Twitter proíbem que um conselheiro tenha mais de 14,9% de participação na empresa.