Em maio, as autoridades chinesas decidiram proibir as instituições financeiras e empresas de pagamentos locais de oferecerem serviços envolvendo transações em criptomoedas. A iniciativa ajudou a reverter o ciclo de altas que as moedas digitais vinham registrando no mercado desde o fim de 2020.

Agora, uma nova ofensiva da China é o epicentro de mais uma queda na cotação desses ativos. O principal deles, o bitcoin, caía cerca de 8% na manhã desta segunda-feira, 21 de junho, para US$ 32.487, por volta das 9h, enquanto outras moedas, como ethereum e XPR recuavam, respectivamente, 10,65% e 9,69%.

A intensa desvalorização do bitcoin e de seus pares veio na esteira do cerco chinês às “fazendas de mineração” de criptomoedas em Sichuan, província localizada no sudoeste do país da Grande Muralha. No domingo, autoridades teriam fechado 26 unidades dedicadas a essa atividade.

O movimento traz um grande impacto no poder de processamento dessas operações. Segundo o jornal estatal chinês Global Times, a previsão é de que mais de 90% da capacidade de mineração de bitcoin no país será encerrada no curto prazo.

De acordo com estimativas globais, a China responde atualmente por 65% da mineração global de bitcoin. As iniciativas em Sichuan seguem ações semelhantes realizadas em províncias como Yunnan, Xinjiang e Qinghai.

A mineração de bitcoins entrou na mira das autoridades chinesas devido ao consumo massivo de energia nas operações envolvendo essa e outras moedas digitais. O país vem se mostrando cada vez mais preocupado com essa questão, em função das mudanças climáticas e do enorme volume de energia que utiliza.

Essa preocupação com o uso intensivo de energia nas operações de criptomoedas já motivou também manifestações de nomes como Elon Musk, o bilionário à frente da Tesla, que, até pouco tempo, figurava entre os principais defensores desses ativos.

O fechamento dessas unidades no fim de semana não foi a única ação contrária à lógica das criptomoedas na China. Nesta segunda-feira, o Banco Central do país convocou o Alipay, serviço de pagamentos do Ant Group, controlado pelo Alibaba, e alguns grandes bancos locais para solicitar que essas instituições não ofereçam serviços envolvendo esses ativos.

De acordo com um comunicado divulgado pelo Banco Central chinês, a convocação veio na trilha de uma investigação que se concentrou em serviços dessa natureza, que “perturbam a ordem financeira e também geram riscos de atividades criminosas, como transferências ilegais de ativos transfronteiriços e lavagem de dinheiro”.