A empresa de cashback e cupons de descontos Méliuz acaba de anunciar a compra do site de comparação de preços de serviços Melhor Plano, em uma transação na qual pagará uma parcela inicial de pouco mais de R$ 10 milhões.

O negócio envolve 100% do capital da empresa e os sócios da Melhor Plano, Felipe Byrro e Pedro Israel, terão direito a receber earnout, um ganho adicional atrelado ao atingimento de determinadas metas financeiras.

Essa é a quarta aquisição – a terceira só em maio – desde que o Méliuz abriu o capital, em novembro de 2020, quando colocou em seu caixa R$ 300 milhões para fazer aquisições.

“O Melhor Plano tem boa parte de seu faturamento na área de telecomunicações. O Méliuz atua mais em varejo e turismo. Esse negócio vai aumentar o nosso mercado endereçável”, afirma Israel Salmen, CEO e fundador do Méliuz, ao NeoFeed.

Fundado em 2015, o Melhor Plano atua como um marketplace, oferecendo ferramentas de comparação de preços de serviços ofertados por terceiros, como planos de telefonia, internet banda larga e tevê por assinatura.

Recentemente, a startup começou a oferecer testes de comparação de cartão de crédito e conta corrente, dando início a atuação em serviços financeiros. O plano é entrar em outras categorias, como empréstimos, financiamento de automóveis, consórcio, financiamento de casa e seguro de carros.

O Melhor Plano conta com um modelo na qual ganha um valor pelo tráfego que leva para os sites das empresas ou recebe uma comissão caso uma venda seja gerada.

Internacionalmente, diversas operações online têm uma estratégia semelhante a do Melhor Plano. Entre elas, a Credit Karma, vendida para a Intuit por US$ 7,1 bilhões.

Em 2020, o Melhor Plano registrou mais de 17 milhões de acessos, com uma média mensal de tráfego, nos últimos seis meses, de 1,3 milhão de visitas. A receita líquida foi de R$ 4,4 milhões e a empresa conta com 48 funcionários.

Israel Salmen, fundador e CEO do Méliuz

De acordo com Salmen, o modelo de negócio do Melhor Plano se assemelha ao do iDinheiro, marketplace de serviços financeiros controlado pelo Méliuz, que tem mais de 2 milhões de visitas por mês. As duas marcas seguem independentes.

Em fevereiro deste ano, o Méliuz pagou R$ 120 milhões por 51% de empresa polonesa Picodi, uma plataforma internacional de cupons de descontos e códigos promocionais presentes em 44 países. O negócio marcou a estreia da companhia no mercado internacional.

Em 3 de maio, foi a vez de adquirir o Acesso Bank, por R$ 324 milhões, em uma transação que envolveu troca de ações – os acionistas da empresa comprada ficaram com 8% do Méliuz. Entre eles, estão o fundo de venture capital InvestTech, Davi Holanda (que era CEO da empresa), a família Heilberg (dos fundadores da HIX Capital) e Sérgio Kulikovsky, que fundou a empresa.

Com essa transação, o Méliuz dobrou sua aposta em serviços financeiros, adquirindo uma fintech que tem um banco digital e que atua também como um serviço de banking as a service.

Dez dias depois, foi a vez de adquirir a Promobit, um comunidade online com 1 milhão de pessoas que compartilham cupons de descontos. O valor pago pela empresa foi de R$ 13 milhões.

Desde que abriu o capital, as ações da Méliuz se valorizaram 222,9%. A companhia vale R$ 4,1 bilhões na B3. Atualmente, a empresa conta com 16 milhões de usuários.