Desde o começo deste ano, as startups do Softbank estão fazendo um duro ajuste para buscar a lucratividade, demitindo pessoas e realinhando estratégias de negócios.
Os cortes de funcionários atingiram desde a startup de escritórios compartilhados WeWork até a empresa de hospedagem indiana Oyo, que, só no Brasil, passou de 700 empregados para 150.
Agora a conta chegou ao próprio Vision Fund, o bilionário fundo de US$ 100 bilhões do Softbank, que já investiu mais de US$ 80 bilhões em 90 startups.
O fundo está cortando até 80 pessoas de 500 profissionais, segundo a Bloomberg. O objetivo é fazer um ajuste que leve a uma economia de até 20% e inclui outras medidas, além das demissões.
O Softbank International, liderado por Marcelo Claure, que também cuida dos investimentos na América Latina e é chairman do WeWork, vai demitir 26 dos 230 profissionais.
Os cortes na própria carne acontecem depois de o Softbank divulgar um prejuízo de US$ 13 bilhões no mês passado. As perdas aconteceram por conta da desvalorização de investimentos com o WeWork e a Uber.
Em apenas um ano, o Vision Fund deixou de ser a principal fonte de lucro para o Softbank para se tornar a principal fonte de perdas. Só o fundo teve prejuízo US$ 18 bilhões.
Os cortes devem começar a acontecer nessa semana, segundo fontes a par da situação e vão afetar diversas funções da unidade de investimentos.
Alguns profissionais, no entanto, vão ser realocados. São os casos dos diretores do Vision Fund Akshay Naheta e Kentaro Matsui, que vão para o Softbank.
Os cortes não afetam a região latino-americana. O Softbank investe na região com outro fundo de US$ 5 bilhões.
Desde o ano passado, o fundo já aportou recursos em 18 empresas da região, como Gympass, Creditas e Olist.