Um dos principais entraves para a evolução do comércio eletrônico no Brasil, a logística está melhorando ano após ano. E as entregas em menos de 24 horas são cada vez mais comuns na maioria dos principais sites de e-commerce no País.

A logística reversa, no entanto, ainda é um problema. Devolver um produto não é uma missão fácil. E, na maioria das vezes, exige a ida ao Correios para levar o “pacote” com o item que precisa ser trocado.

Quando a pandemia do novo coronavírus fechou o comércio, em meados de março, o grupo de moda online Dafiti, que reúne ainda as marcas Kanui e Tricae, rapidamente lançou o serviço Coleta em Casa, para que os consumidores pudessem devolver os produtos comprados online sem sair de suas residências.

A partir de 2021, a Dafiti planeja ampliar esse serviço, que começou na cidade de São Paulo, para outras localidades do Brasil. E acredite: o objetivo é que o consumidor devolva cada vez mais produtos.

“O problema do e-commerce de moda no Brasil é que a taxa de devolução dos produtos é baixa”, disse Philipp Povel, CEO e cofundador da Dafiti, ao NeoFeed. “Dependendo da loja, a taxa é entre 5% e 10%. Em países desenvolvidos, fica entre 50% e 60%. É de dar inveja.”

Não existe nenhuma loucura na declaração de Povel. Ao contrário. Um dos motivos para frear o avanço do comércio eletrônico de moda no Brasil é o fato de que o consumidor tem medo de comprar um produto que não serve e que depois pode ter dificuldade para trocar.

Philipp Povel, CEO e cofundador da Dafiti,

“Os clientes em países desenvolvidos não têm medo de comprar. O produto chega rápido e a devolução é de forma simples”, afirma Povel. “A taxa de devolução ser baixa não é uma boa notícia. Quero aumentar a taxa de devolução no site.”

Desde que lançou o serviço Coleta em Casa, em abril, até outubro, a Dafiti já fez 130 mil coletas. O serviço está disponível em 542 cidades do Estado de São Paulo. Sem dar detalhes, o empreendedor afirma que vai estendê-lo a partir de 2021 para outras localidades.

O plano é facilitar a devolução para que o cliente compre mais. “Na Alemanha, o tíquete médio é absurdo” diz Malte Huffmann, cofundador da Dafiti. “E, com um valor muito mais alto, compensa pagar o custo adicional de logística.”

Resultado

O grupo Dafiti atingiu R$ 1 bilhão de vendas no terceiro trimestre de 2020. O número de clientes ativos aumentou 30% e chegou a 7,3 milhões. A varejista online de moda diz que foi lucrativa, mas não divulga o dado.

“Vendemos moda e lifestyle e estamos sofrendo muito esse ano”, afirma Povel. “Dependemos de estímulos externos. Para comprar roupa bonita, você precisa sair de casa”, conclui, ressaltando o bom resultado, apesar desse cenário adverso.

Malte Huffmann, cofundador da Dafiti

Um dos destaques no período foi o desempenho do marketplace, que ganhou 500 novos vendedores – atualmente ele conta com 3,5 mil sellers. “Ele representa um terço das vendas totais e está tendo um crescimento expressivo”, diz Huffmann.

Entre os nomes que passaram a fazer parte do marketplace estão marcas como Vivara, Ri Happy, Fom, Luz da  Lua, YouCom, Luz e Gap.

Além do Brasil, a Dafiti tem operações na Argentina, chile e Colômbia e faz parte do grupo Global Fashion Group, que atua no sudeste asiático, Oriente Médio e Oceania.

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