Pouco mais de um ano atrás, a Warren levantou R$ 300 milhões em um aporte liderado pelo GIC, fundo soberano de Cingapura. A ideia era de que parte do dinheiro fosse utilizada pela fintech para impulsionar o negócio principalmente através de aquisições.

Em sua quinta aquisição em seis meses, a companhia que atua com uma plataforma de investimentos incorporou as operações da Renascença, da Vitra Capital, da Box TI e do time tech da Sim;paul. Nesta segunda-feira, 28 de março, a Warren está ampliando esse pacote com a aquisição da Meuportfolio, startup fundada em 2019 por Felipe Bossolani e Rafael de França Neves.

Com o deal, de valor não revelado, a Warren vai absorver a operação da startup que desenvolveu uma plataforma de consolidação de investimentos. A tecnologia permite buscar e analisar informações sobre todos os investimentos que o cliente possui, mesmo que em diferentes empresas e corretoras do ramo, inclusive criptomoedas.

É possível, por exemplo, obter um percentual do rendimento mensal de toda a carteira. “A partir do momento em que o usuário usa a plataforma, a tecnologia disponibiliza dados de rentabilidade, volatilidade e indicadores de risco dos investimentos”, diz Bossolani, CEO e cofundador do Meuportfolio.

“O objetivo é aumentar a gama de produtos que essa ferramenta absorve”, diz Fabio Safini, diretor comercial da Warren. “O consolidador nunca termina o seu trabalho, ele é alimentado diariamente com uma gama de opções que o cliente quer ter em um único lugar.”

Os planos da Warren envolvem ampliar o volume de clientes que têm acesso ao serviço. Com 20 funcionários, o Meuportfolio conta com R$ 16 bilhões em ativos pertencentes a carteira de investimentos de 16 clientes institucionais. Ou seja, uma média de R$ 1 bilhão por cliente. A meta é diminuir esse tíquete médio.

Para efeito de comparação, a rival Smartbrain, fundada em 2004 e que recentemente recebeu um aporte de US$ 10 milhões do Bradesco, tem mais de 450 clientes e uma carteira que supera os R$ 210 bilhões. A média é de R$ 466 milhões.

A expectativa é que a tecnologia seja uma porta de entrada para mais clientes no ecossistema da Warren. O plano da empresa para 2022, conforme revelado por Tito Gusmão, presidente da Warren, em entrevista ao NeoFeed em janeiro deste ano, é atingir R$ 40 bilhões em ativos sob custódia e 520 mil clientes na plataforma.

Há duas estratégias para concretizar essa ambição. Uma delas é fechar negócios que ampliem diretamente a base de clientes, como foi feito com a Vitra Capital, multifamily office que contribuiu com R$ 12 bilhões de ativos sob gestão.

No plano dos M&As, Safini explica que as aquisições recentes, como a Meuportfolio, trazem “times de tecnologia focados na aceleração”.

Outra medida envolve justamente impulsionar a operação orgânica, especialmente com a adoção de novas tecnologias e recursos que atraiam mais clientes para a plataforma.

Nesse sentido, uma prioridade é a Warren Pro, plataforma com mais de 400 parceiros de negócios, principalmente ex-bancários ou planejadores financeiros. Esse batalhão usa a ferramenta para distribuir produtos da corretora digital, que conta com fundos próprios e mais de 400 fundos de outras corretoras, como SPX, Kapitalo, Giant, Vista, Truxt e Absolu.

Com esses movimentos, a Warren busca avançar na disputa com gigantes como XP, BTG Pactual, Itaú, Bradesco, Santander, além de algumas de bancos digitais e fintechs, a exemplo de Banco Inter, Nubank e Magnetis.