Em mais um passo para consolidar sua divisão voltada ao mercado de saúde, a Amazon está avançando no desenvolvimento de uma vacina contra alguns tipos de câncer. A iniciativa é fruto de uma parceria da empresa com o Fred Hutchinson Cancer Research Center, organização americana com estudos e pesquidas focadas nessa doença.

A vacina entrou em sua primeira fase de testes, na qual será aplicada em 20 pacientes, conforme reportado pelo site clinicaltrials.org, que organiza uma base de dados digital da Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos. Depois dessa etapa inicial, novos testes serão feitos e a previsão é de que o estudo seja concluído até novembro de 2023.

Segundo a publicação, o objetivo da parceria entre a Amazon e a instituição de pesquisas é criar “vacinas personalizadas” voltadas ao câncer de mama e ao câncer de pele.

“Este será um processo longo e de vários anos – se progredir, estaremos abertos a trabalhar com outras organizações de saúde e ciências da vida que também possam estar interessadas em esforços semelhantes”, informou a Amazon, em nota, ao The Wall Street Journal.

Oficialmente, a gigante americana diz que o trabalho está sendo liderado pelo Fred Hutchinson Cancer Research Center e que a empresa é apenas uma colaboradora do projeto auxiliando com tecnologias como machine learning para “explorar o desenvolvimento de um tratamento personalizado para certas formas de câncer”.

Seja qual for o seu grau de envolvimento no projeto, trata-se de mais um esforço da Amazon em sua divisão de saúde, que já conta com uma plataforma online de venda de medicamentos, batizada de Amazon Pharmacy e criada em 2020, dois anos depois da compra da healthtech PillPack, por US$ 750 milhões – e o Amazon Care, serviço que mescla telemedicina e atendimento presencial.

Em março desse ano, Andy Jassy, CEO da companhia, teve um áudio vazado de uma reunião realizada em 2021, na qual revelou as ambições da Amazon para o setor. Em uma de suas frases, ele diz que as inovações que a companhia traz “mudam radicalmente o jogo”, conforme reportado pelo site americano Business Insider.

Jassy se referia principalmente às mudanças na prática de medicina a distância. Segundo ele, as inovações que a companhia implementou permitiram a redução dos tempos de espera para consultas e procedimentos e o fim da necessidade de realizar longos deslocamentos.

De todo o modo, esse é um jogo caro. De acordo com o Business Insider, a Amazon deve dobrar seus esforços para expandir sua atuação um mercado que movimenta mais de US$ 4 trilhões por ano nos Estados Unidos, segundo a US Centers for Medicare and Medicaid Services.

Outras gigantes da tecnologia também estão de olho neste setor. Até setembro do ano passado, dados da consultoria CB Insights apontavam que os investimentos somados das gigantes Google, Microsoft, Apple e Facebook, além da Amazon, no setor de saúde somavam mais de US$ 3,1 bilhões.

Outra concorrente é a Best Buy, que além de rivalizar com a Amazon no varejo também pode competir no setor de saúde. No ano passado, a companhia revelou que estava avançando na estratégia de lançar uma plataforma com oferta de serviços de cuidados remotos para pacientes.

A empresa já vinha investindo em em saúde há alguns anos com a venda de dispositivos vestíveis e acessórios de medição e controle de saúde. “Se vamos usar a tecnologia para ajudas as pessoas a cuidarem de si mesmas, precisamos ajudar as pessoas a usarem a tecnologia”, disse, na época, Deborah DiSianzo, CEO da Best Buy Health, ao Business Insider.