Fundada em 2016, com um aporte de R$ 36 mil, a Conquer nasceu com uma primeira unidade numa sala de 35 metros quadrados, em Curitiba. Mas foi a partir da Covid-19 - e da migração obrigatória para o online - que a escola de negócios ganhou tração, saindo de 30 mil para os atuais 6 milhões de alunos.

Há um ano, em uma das escalas dessa jornada, a Wiser, grupo de educação do empresário Flávio Augusto da Silva, assumiu 100% do negócio, após comprar uma fatia minoritária, em 2021. E é na sua controladora que a Conquer está buscando inspiração para um novo percurso: a volta às suas origens.

Em linha com um movimento recente realizado pela Wise Up, rede de ensino de idiomas também sob o guarda-chuva da Wiser, a Conquer está retomando o olhar para a expansão offline. O caminho escolhido são as franquias e o plano é chegar a 100 unidades de ensino presencial até 2030.

“Historicamente, levamos 10 anos para chegar às 100 primeiras escolas na Wise Up. E, na reabertura pós-pandemia, fizemos isso em dois anos”, diz Flavio Augusto da Silva, fundador e CEO da Wiser, ao NeoFeed. “Estamos projetando 5 anos para a Conquer, mas não me surpreenderia se superarmos essa marca.”

Referência do projeto, a Wise Up fechou 420 escolas na Covid-19 e também viu seus números serem turbinados ao migrar para o online – de 80 mil para 400 mil alunos. Em 2023, a rede voltou, porém, a investir também no presencial. E após abrir 100 unidades, seu plano é manter 60 inaugurações anuais.

Já na Conquer, que encerrou as atividades de suas 13 escolas na pandemia, essa reestreia aconteceu no fim de abril. A empresa decidiu pilotar esse retorno com uma primeira unidade própria, em Curitiba. E a julgar pelos números contabilizados, as perspectivas são animadoras.

“O breakeven de uma unidade Conquer envolve de 100 a 120 alunos. E essa primeira foi inaugurada com 400”, conta Silva. Outro número traz mais um termômetro do potencial do projeto. A escola de negócios já tem cerca de 70 interessados em sua lista de espera para investir em suas franquias.

“O digital traz uma escala gigantesca, mas há uma demanda reprimida por uma experiência mais completa”, diz Josef Rubin, cofundador da Conquer e CMO da Wiser. “Vamos ter o melhor dos dois mundos.”

A venda das primeiras franquias da Conquer terá início em meados de junho, quando a empresa irá realizar o Conquer Franchising Day. No evento, a escola vai apresentar o modelo aos nomes pré-selecionados dentro dessa lista de espera, além de todos os números envolvidos nessa equação.

O investimento inicial em cada unidade será de R$ 500 mil, o que inclui taxa de franquia, implantação e capital de giro. Com foco em cidades acima de 100 mil habitantes, o faturamento médio mensal estimado por escola é de R$ 120 mil a R$ 200 mil. E o retorno projetado gira entre 18 e 24 meses.

Todo o back office dessa nova iniciativa – da gestão dos franqueados à execução da expansão – será tocado pelo mesmo time responsável por essas frentes no projeto da Wise Up. Já a equipe da Conquer está liderando áreas como marketing e desenvolvimento de produto.

Essa última ponta envolve novidades criados do zero para a estratégia offline. Isso inclui, por exemplo, um programa com 18 meses de duração, que vai abordar temas como liderança, inteligência emocional, oratória e inteligência artificial.

“Os dois formatos sempre terão ofertas diferentes, tanto em termos de portfólio como metodologia”, diz Rubin. “O presencial favorece muito mais a prática, como é o caso da oratória, com o aluno falando em público e recebendo feedbacks.”

Com a mescla desses dois mundos, a Conquer projeta sair de um faturamento de R$ 115 milhões, em 2024, para R$ 250 milhões, em três anos. Essa cifra também compreende os programas in-company da escola, que atende mais de 1,7 mil clientes, entre eles, empresas como Coca-Cola, Boticário e Ambev.

Já no que diz respeito ao grupo Wiser, que tem ainda com marcas como Number One, MedCof, Aprova Total e Power House, as projeções apontam para um Ebitda de R$ 300 milhões e um faturamento de R$ 700 milhões em 2025. E, nessa última linha, para a meta de superar a marca de R$ 1 bilhão em três anos.

Nessa direção, uma das vias que seguirão tendo peso na estratégia da holding são os M&As. “Estamos olhando bastante para operações na área de educação médica”, diz Silva. “E devemos manter nosso ritmo de investimentos entre uma e duas empresas por ano.”