Conhecida pelo seu lado investidor e por ter feito aportes em empresas como Alibaba, Meta e Bytedance (controladora do TikTok), a General Atlantic quer passar para o lado de investida ao se preparar para abrir seu capital.

A gestora americana, com cerca de US$ 77 bilhões em ativos sob gestão, entrou com um pedido confidencial para uma oferta pública inicial de ações (IPO) na Securities and Exchange Commission (SEC, a CVM dos Estados Unidos), segundo apuraram Bloomberg e Financial Times.

As reportagens não trazem informações sobre o tamanho da operação, nem o valuation. A Bloomberg apontou que a empresa está considerando realizar a listagem no próximo ano. O FT, por sua vez, apurou que a General Atlantic não está considerando uma listagem imediata, com a decisão dependendo das condições de mercado. Segundo o jornal britânico, uma decisão pode levar um ano ou mais, e a gestora pode até acabar desistindo do processo.

Fundada em 1980 e sob a liderança de William Ford desde 2007, a General Atlantic é conhecida por seus aportes em companhias de perfil de growth e de tecnologia, a gestora também já realizou aportes em Airbnb e Uber.

No Brasil, a General Atlantic já realizou investimentos em nomes como Hotmart, Neon, unico, QuintoAndar e Gympass, além da XP, um de seus principais cases no País, em que ainda possui participação de 5,39%.

A General Atlantic vem considerando há algum tempo um IPO para expandir suas operações para além das atividades de private equity. Em abril, ela concluiu a aquisição da gestora de crédito Iron Park, e em outubro ela começou a montar a Clipway, outra gestora, esta focada na compra de participações em fundos de private equity.

Por aqui, a General Atlantic tem olhado para o futebol. Segundo informação divulgada pelo Globo Esporte em novembro, e confirmada pelo NeoFeed com fontes, ela tem avaliado a possibilidade de se juntar à XP, Alvarez & Marsal, Livemode e Life Capital Partners (LCP) para a criação de uma liga de clubes.

Se seguir em frente com a abertura de seu capital, a General Atlantic repetirá um movimento que nomes como Blackstone, KKR e Apollo Capital, que abriram o capital por volta de 2008 para financiar aquisições e expandir para outras áreas.

O IPO também marcaria a retomada das operações no mercado dos Estados Unidos, depois de uma paralisação das aberturas de capital em meio à alta dos juros no país, com a derrubada dos valuations desanimando as companhias e com potenciais investidores desinteressados em estar em renda variável.

A situação enfrentada pelo mercado americano é vista no mundo inteiro. Segundo dados compilados pela Bloomberg, a captação global de IPOs caiu 30% neste ano, para US$ 139 bilhões.

Com o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) indicando que não deve mais subir os juros, muitas empresas começam a considerar retomar os planos de abertura de capital. Entre os candidatos a reabrir a porteira estão Shein, Reddit e Klarna.

No mundo do private equity, quem também sonha com IPO é a CVC Capital Partners. Com cerca de € 110 bilhões em ativos sob gestão, a gestora planejava abrir capital na Bolsa de Valores de Amsterdam em 2022, mas se viu obrigada a adiar os planos.