O Nubank anunciou na noite de terça-feira, 6 de maio, que o ex-presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, fará parte da estrutura de liderança e do conselho de administração do banco.

Segundo o comunicado, Campos Neto atuará como vice-chairman do Nubank e chefe global de políticas públicas. Reportando-se diretamente a David Vélez, fundador e CEO do Nubank, ele ajudará com a expansão internacional do banco e o relacionamento com reguladores financeiros globais, além de representar a Nu Holdings em fóruns e conselhos internacionais.

A expectativa é de que ele também ajude com análises econômicas e de risco para as operações do Nu no Brasil e na América Latina, além de ser um membro não independente do conselho de administração do banco. A expectativa é a de que ele assuma os cargos em 1º de julho, após o fim do período de quarentena.

“Estamos confiantes de que sua vasta experiência técnica nos setores financeiro e regulatório proporcionará uma liderança estratégica valiosa para o crescimento contínuo de nosso portfólio e operações na América Latina e em futuras geografias”, diz, em nota, Vélez.

Campos Neto deixou o comando do BC em 31 de dezembro, dando lugar a Gabriel Galípolo. Em seu mandato, ele supervisionou o lançamento e desenvolvimento do Pix, a agenda do Open Finance (integração dos sistemas financeiros) e promoveu o Drex, o real digital.

Antes de comandar o BC, Campos Neto passou duas décadas no mercado financeiro, com passagens por instituições como Santander, Claritas Investments e Bozano Simonsen.

Campos Neto já tinha sinalizado que seu destino pós-BC seria o setor privado. O site Poder360 noticiou, em dezembro, que ele teria recebido um convite do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, para um cargo no governo municipal.

A expansão internacional tem sido uma prioridade para o Nubank nos últimos anos, especialmente pela América Latina. No final de abril, o banco recebeu a aprovação regulatória para ter a licença de banco múltiplo no México, apesar de precisar completar algumas etapas regulatórias.

Com essa licença, o Nubank poderá ampliar seu portfólio de produtos no México, onde já conta com cerca de 10 milhões de clientes e US$ 4,5 bilhões em depósitos.

O banco fechou 2024 com cerca de 114,2 milhões de clientes, boa parte deles no Brasil, um aumento de 21,6% ante 2023. O lucro líquido dobrou, na mesma base, para US$ 1,9 bilhão.

As ações do Nubank fecharam o pregão de hoje com queda de 0,24% na Bolsa de Nova York (NYSE), a US$ 12,44. No ano, os papéis acumulam alta de 17%, levando o valor de mercado a US$ 59,9 bilhões.