O Goldman Sachs acredita que chegou a hora do mercado repensar a forma de investir. De acordo com o banco americano, o mundo chegou em um “ponto de inflexão” em que diversos fatores macroeconômicos vão forçar uma mudança na forma como países, empresas e pessoas investem.
O parecer está em um relatório divulgado nesta semana pelo banco. Entre os fatores que vão forçar a mudança na forma de encarar o mercado estão pontos como aumento das taxas de juros, instabilidade geopolítica, desglobalização, maior sensibilidade às questões climáticas e problemas em cadeias de suprimentos.
“Neste novo ambiente, a cartilha de construção de portfólio que funcionou tão bem nas últimas décadas pode ser menos eficaz daqui para frente, forçando os investidores a repensar a abordagem”, diz um trecho do documento assinado por Julian Salisbury e Luke Sarsfield, diretores globais do Goldman Sachs, conforme reportado pela CNBC.
Uma dessas mudanças seria uma inclinação a “investir de forma defensiva”. Isso significa comprar ações de empresas com desempenho e demanda estáveis e que independem de fatores externos do mercado. Atualmente, são ações relacionadas com companhias de serviços públicos e empresas do setor de saúde.
Um ambiente mais volátil no mercado de capitais, contudo, pode mudar completamente o cenário de alguns setores que hoje são considerados como escolhas mais conservadoras. Os principais problemas neste caso seriam a interrupção na cadeia de fornecimento e o aumento da inflação - como observada na Europa.
Em relação ao mercado de tecnologia, a recomendação do Goldman Sachs é buscar por papéis de empresas que estejam em posições mais confortáveis em relação à alta nas taxas de juros e ao aumento nos custos de produção. A dica é procurar por negócios com balanços sólidos e bons indicadores de margem de lucro, fluxo de caixa livre e dívida.
Por fim, o relatório destacou que durante um período de juros baixos, os empréstimos para as empresas ficaram muito baratos. Com as taxas mais altas, a tendência é de que o desempenho dos negócios também seja afetado à medida que as companhias terão desafios no fluxo de caixa e nos prazos para o refinanciamento de suas dívidas.