Desde o dia em que perdeu a eleição presidencial para o democrata Joe Biden, o presidente americano Donald Trump vem insistentemente tentando retardar a posse do presidente eleito. Ele transformou o processo eleitoral de uma das principais democracias do mundo em uma novela típica de República das Bananas.

Sem provas, Trump continua dizendo que a eleição foi fraudada e, no último fim de semana, uma reportagem do The Washington Post revelou um áudio em que ele pressiona o secretário do governo da Georgia, o republicano Brad Raffensperger, a recalcular os votos e “encontrar 11.780 votos” para derrotar Joe Biden.

Trump ainda articula com um grupo de 11 senadores para tumultuar a sessão conjunta da Câmara e do Senado, que tem como objetivo ratificar a vitória de Biden, e acontecerá na quarta-feira, 6 de janeiro. Diante desse cenário, sabendo o quão turbulento isso pode ser para a economia e para o país, Wall Street resolveu se mexer.

Um grupo de 170 empresários e CEOs de algumas das maiores companhias dos Estados Unidos enviou uma carta endereçada aos congressistas americanos. Assinada pela Partnership for New York, que representa líderes empresariais e maiores empregadores do estado, ela pede que o Congresso americano certifique o voto eleitoral.

Entre os CEOs que assinaram a carta, estão nomes como Larry Fink, da gestora BlackRock; Ajay Banga, da Mastercard; Albert Bourla, da Pfizer; William E Ford, da General Atlantic; Jeff Gennette, da Macy’s; Jonathan Gray, da Blackstone; Robin Hayes, da JetBlue; Charles Kaye, da Warburg Pincus; Kewsong Lee, do Carlyle Group, e outros gigantes do mercado financeiro e do mundo empresarial.

Abaixo a carta traduzida, mas que pode ser acessada neste link:

Esta eleição presidencial foi decidida e é hora de o país seguir em frente. O presidente eleito Joe Biden e a vice-presidente eleita Kamala Harris venceram o Colégio Eleitoral e os tribunais rejeitaram as contestações ao processo eleitoral. O Congresso deve certificar o voto eleitoral na quarta-feira, 6 de janeiro. As tentativas de impedir ou atrasar esse processo vão contra os princípios essenciais de nossa democracia.

O próximo governo Biden enfrenta a tarefa urgente de derrotar a COVID-19 e restaurar a subsistência de milhões de americanos que perderam empregos e negócios durante a pandemia. Nossos líderes devidamente eleitos merecem o respeito e o apoio bipartidário de todos os americanos em um momento em que estamos lidando com as piores crises econômicas e de saúde da história moderna. Não deve haver mais atrasos na transferência ordenada de poder.