O mercado de carros elétricos está eletrizante em 2020. Ao menos, para a captação de recursos por parte das fabricantes que atuam nesse setor.

De um lado, as fabricantes americanas Nikola, Fisker e Lordstown estão se unindo a special purpose acquisition companies (SPACs), também conhecidas como “companhias de cheque em branco”, para captar recursos e abrir o capital nos EUA.

De outro, a Xpeng, uma das rivais chinesas da Tesla, resolveu buscar o mercado de capitais nos Estados Unidos e levantou US$ 1,5 bilhão em uma oferta pública inicial de ações na Bolsa de Nova York, nesta quinta-feira, 27 de agosto. O montante foi mais do que o planejado devido a alta demanda dos investidores.

Apesar do cerco às empresas chinesas pelo governo de Donald Trump, em especial ao TikTok e a Huawei, a Xpeng se junta a mais de 20 companhias de tecnologia chinesas que foram listadas nas bolsas americanas neste ano, levantando mais de US$ 6 bilhões, de acordo com dados da Dealogic.

O mercado de carros elétricos chineses estava declinante e perdendo bilhões de dólares no ano passado. Mas, de forma irônica, a chegada da Tesla à China contribuiu para a recuperação do setor, da mesma forma que o iPhone alavancou as vendas de celulares de empresas como Xiaomi e Huawei, afirmou Bill Russo, fundador da consultoria Automobility, de Xangai, para o The Wall Street Journal.

A Tesla inaugurou uma fábrica em Xangai para produzir o modelo de sedã Model 3, em dezembro do ano passado, convencendo os investidores de que o futuro da indústria automobilística reside no carro elétrico.

A Xpeng, que produz o sedã esportivo P7 e o utilitário esportivo G3, vendeu 4,6 mil veículos no primeiro semestre de 2020, de acordo com dados da consultoria LMC Automotive.

Ela ficou atrás de sua rival chinesa Nio, que vendeu 14,7 mil carros, e da Lu Auto, com 9,5 mil unidades. A Tesla, por sua vez, vendeu mais do que as três empresas de carros elétricos combinadas, com 48,3 mil veículos, no mercado chinês nos primeiros seis meses deste ano.

Enquanto a Tesla produz os seus próprios carros em Xangai, a Nio terceiriza a sua produção. A Xpeng, por sua vez, utiliza as duas estratégias.

Nos Estados Unidos, os carros elétricos respondem hoje por apenas 2% do mercado automobilístico, mas a expectativa é que essa porcentagem salte para mais de 50% nos próximos 20 anos.

O mercado americano era avaliado, em 2019, em US$ 162 bilhões, de acordo com a agência de pesquisa Allied Market Research. Esse número pode chegar a US$ 802 bilhões até 2027.

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