Onde há fumaça, há fogo: as ações da Aurora Cannabis, empresa canadense de cannabis, estão queimando em praça pública. Nos últimos 12 meses, a companhia viu a cotação dos seus papéis derreter 92,33% até chegar a atual cifra de US$ 069. Seu valor de mercado é de US$ 892,5 milhões.

O desempenho em Wall Street tem sido tão fraco que a Nyse, bolsa de Nova York, ameaçou deslistar a empresa. Para tentar reverter esse cenário e se manter no jogo, a Aurora Cannabis anunciou que irá consolidar os seus papéis.

De acordo com a proposta da empresa, os acionistas vão agrupar 12 ações em uma, o que faz com que o montante de papéis ofertados caia de 1,3 bilhão para 110 milhões.

A partir do agrupamento das ações, a estratégia é arredondar para cima ou para baixo até atingir o número mais próximo de múltiplo de 12, em vez de pagar pelos papéis excedentes.

A Aurora Cannabis foi fundada em 2013, mas se tornou particularmente atraente quando a maconha foi legalizada para uso recreativo em território canadense, em 2018.

Impulsionada pelo fato de o país ter a maior capacidade de produção por milha e uma estrutura ecologicamente correta, a empresa atraiu grandes investidores. A expectativa era de que outros países também legalizassem a cannabis e turbinassem o consumo da erva. 

Mas essa promessa nunca se concretizou. O debate sobre o uso recreativo da maconha, em nível federal, nos Estados Unidos, não evoluiu. Com as regulamentações atuais, fica praticamente impossível competir com os produtores ilegais, que trabalham livres de impostos e demais cobranças.

Todos esses fatores contribuem para que a performance da Aurora Cannabis fique aquém de seu potencial. Apesar disso, a empresa se mantém como a mais popular no aplicativo de investimento para "iniciantes" Robinhood, onde 900 mil usuários detém papéis da companhia. 

A Aurora Cannabis reportou um prejuízo líquido de US$ 980 milhões em seu segundo trimestre fiscal, encerrado em 31 de dezembro

De acordo com o último relatório divulgado pela empresa, a Aurora Cannabis teve prejuízo líquido de 1,3 bilhão de dólares canadenses (US$ 980 milhões) no segundo trimestre do seu ano fiscal, encerrado em 31 de dezembro. No período, a receita foi de pouco mais de 56 milhões de dólares canadenses (US$ 40 milhões), o que representou uma queda de 25% em relação ao trimestre anterior.

Para tentar "conter a sangria", a empresa anunciou, em fevereiro, a aposentadoria do fundador e CEO Terry Booth. A medida veio duas semanas depois de Cam Battley, diretor de operações, confirmar seu desligamento. Interinamente, Michael Singer, presidente do conselho de administração, deve liderar as operações até que um novo executivo seja contratado. 

Ao mesmo tempo, a companhia promoveu o corte de 500 funcionários, enxugando em aproximadamente 17% sua força de trabalho, que contava com cerca de três mil colaboradores. 

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