Fundado em 2013 por Vlad Tenev e Baiju Bhatt, o aplicativo americano Robinhood ganhou fama ao eliminar as comissões cobradas por corretoras e bancos para facilitar o acesso ao mundo dos investimentos.
Com essa proposta, a empresa conquistou 18 milhões de usuários ativos e captou US$ 5,6 bilhões em investimentos. Agora, está atraindo todas as atenções com a sua oferta pública inicial de ações, prevista para ser realizada em 29 de julho na Nasdaq.
A startup espera captar mais de US$ 2,2 bilhões e busca uma avaliação de US$ 35 bilhões no IPO. E, ao concluir esse processo, o app deve distribuir uma boa recompensa para um público em particular: os fundos e investidores que apostaram no negócio, muitos deles, no início dessa trajetória.
Uma reportagem publicada pelo portal americano The Information traz justamente um levantamento com os principais beneficiados a partir da conclusão da tão aguardada oferta. O material traz ainda os potenciais ganhos desses investidores suas respectivas fatias no IPO.
Depois de conhecer os fundadores do Robinhood, por meio de uma videoconferência, os sócios da gestora americana Index Ventures foram um dos primeiros a apostar no aplicativo. Inicialmente, com um cheque de US$ 500 mil que ancorou a rodada inicial captada pela empresa.
Um ano depois, a Index liderou o aporte série A de US$ 13 milhões que avaliou a startup em US$ 60 milhões. Com os números envolvidos no IPO, a expectativa é de que o fundo tenha um retorno de 4.400% sobre os recursos injetados na empresa e tenha sua fatia avaliada em US$ 3,4 bilhões.
Outro fundo que também deve se beneficiar é o Ribbit Capital. Uma das principais acionistas da companhia, a gestora foi fundamental, por exemplo, quando liderou, em janeiro deste ano, uma rodada de US$ 3,4 bilhões na operação.
O montante foi levantado para que o aplicativo pudesse fazer um depósito para cobrir o volume recorde de negociações realizadas na plataforma durante a chamada “revolta das sardinhas”, na qual usuários forçaram a alta de algumas ações e levaram diversos fundos hedge a prejuízos bilionários.
Depois de exercer esse papel crucial, o Ribbit Capital tem uma fatia avaliada em cerca de US$ 2,5 bilhões no app, sob as condições previstas no IPO. Nesse cenário, a empresa teria um retorno potencial de 285% sobre o seu investimento de US$ 650 milhões no Robinhood.
O valor estimado da fatia da Ribbit Capital é um pouco inferior aos US$ 3 bilhões relacionados à participação detida pela americana New Enterprise Associates. O fundo começou a investir no Robinhood a partir da rodada série B, que avaliou a empresa em US$ 250 milhões e seguiu participando de boa parte dos aportes subsequentes.
A relação dos principais ganhadores na oferta inclui ainda a DST Global, de Hong Kong, que liderou duas rodadas no Robinhood, em 2018 e 2019, de US$ 5,6 bilhões e US$ 7,6 bilhões, respectivamente. Com um investimento de US$ 460 milhões na startup, a projeção é de que sua fatia seja avaliada em US$ 2,3 bilhões.
A lista de investidores à espera do IPO também envolve nomes icônicos do Vale do Silício. Entre eles, a Andreessen Horowitz e a Sequoia Capital. Não há dados sobre a participação da primeira. Mas a projeção para a Sequoia Capital é de um retorno de 246% sobre o investimento realizado, com sua participação estimada em US$ 900 milhões.
Diversos outros nomes integram esse clube. Entre eles, Thrive Capital, com uma fatia de US$ 870 milhões, levando-se em conta o preço do IPO; Susa Ventures, com US$ 300 milhões; e Google Ventures, com US$ 142 milhões.
Além dos investidores, a oferta do Robinhood também vai reforçar a conta bancária de seus fundadores. A projeção é de que Tenev, por exemplo, tenha uma fortuna de mais de US$ 2,5 bilhões a partir da negociação. Esse montante pode chegar a US$ 4,7 bilhões nos anos seguintes, com ganhos adicionais relacionados à compensação de ações. Bhatt, por sua vez, deve faturar mais de US$ 2,8 bilhões no processo.
Enquanto gera essas cifras bilionárias para os nomes envolvidos na operação, o Robinhood alcançou, em 2020, seu primeiro lucro, de US$ 7,45 milhões. No período, a receita da companhia foi de US$ 959 milhões, contra US$ 278 milhões, um ano antes.