No dia 19 de maio, a empresária Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, estará em Maceió para dar início à Caravana Parceiro Magalu, que vai percorrer, em um primeiro momento, as principais cidades do Nordeste e depois irá para o Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

No melhor estilo de “todo artista tem de ir aonde o povo está”, o Magazine Luiza está se movendo em direção aonde o comércio está para atrair cada vez mais sellers para o seu marketplace, que fechou o primeiro trimestre de 2022 com 170 mil vendedores – o número atual já está em 180 mil.

“Vamos levar todo o ecossistema para a comunidade de empreendedores, da logística, a parte financeira até os anúncios”, diz Eduardo Galanternick, vice-presidente do Magazine Luiza, ao NeoFeed. “Queremos diversificar o sortimento e a cobertura geográfica.”

A Caravana Parceiro Magalu é apenas uma das diversas iniciativas que o Magazine Luiza vai adotar ao longo de 2022 para fortalecer ainda mais o seu marketplace, cujas vendas atingiram R$ 3,7 bilhões, uma alta de 50% no três primeiros meses deste ano. “Do ponto de vista do comércio é o nosso principal motor de crescimento”, afirma Galanternick.

Neste mês, o Magazine Luiza está começando um piloto para que os parceiros do marketplace possam armazenar seus produtos nos centros de distribuição da varejista. Na linguagem técnica, a empresa vai oferecer o fulfillment aos sellers. “A tendência é que escale rápido e que tenha impacto positivo no segundo semestre”, diz Galanternick.

Atualmente, 31% das entregas do sellers do marketplace são realizadas em até 48 horas. Mais de 14 mil deles já usam as lojas do Magazine Luiza como uma agência dos Correios para despachar os pedidos.

O Magazine Luiza vai também estender aos parceiros do marketplace o recurso “Compra Junto”, lançado no início deste ano. Ele permite compras com descontos se realizadas por um grande número de pessoas. “Os sellers poderão ter acesso ao recurso e aos nossos mais de 40 milhões de usuários mensais”, afirma Galanternick.

O “Compra Junto” promove descontos generosos, mas é também considerado uma ferramenta de social commerce, pois as ofertas são compartilhadas em redes sociais com o objetivo de atrair mais compradores – o preço baixo só acontece se um determinado número de pessoas comprarem o item ofertado.

Nos testes realizados pelo Magazine Luiza, 70% dos usuários que tentaram comprar um produto dessa forma compartilharam a oferta em suas redes sociais. Os itens mais comprados são das categorias de mercado e casa e decoração.

“O ‘Compra Junto’ aumenta a frequência, mantém a base instalada do aplicativo e diminui o churn”, afirma Galanternick. “Foi um fenômeno na China e tem potencial para ser explorado no Brasil.”

Comprada em março do ano passado, a VipCommerce, plataforma de e-commerce para pequenos varejistas da área de alimentação, foi integrada ao aplicativo e será mais um aliado para atrair sellers ao marketplace.

Essas movimentações acontecem em um momento em que a concorrência fica cada vez mais forte nessa área e as condições macroeconômicas tem deixado a vida difícil para todos os varejistas. As ações do Magazine Luiza, por exemplo, caem 33,8% neste ano e a companhia está avaliada em R$ 29,6 bilhões.

Além disso, operações de players internacionais como Shopee e Alibaba Express estão ganhando tração no mercado brasileiro em meio a polêmicas com os fornecedores e ao pagamento de tributos.

Os rivais locais estão também se movimentando e crescendo. A Americanas, que uniu suas operação física e digital, movimentou R$ 6,2 bilhões em seu marketplace no primeiro trimestre de 2022, alta de 16,9%.

A Via, dona das marcas Casas Bahia e Ponto, teve um GMV de R$ 1,2 bilhão em seu marketplace nos três primeiros meses deste ano, um crescimento de 12%.

Trimestre no vermelho

As vendas totais do Magazine Luiza atingiram R$ 14 bilhões no primeiro trimestre, um crescimento de 13% se comparado ao mesmo período do ano passado.

O e-commerce (vendas próprias mais marketplace) cresceu 16%, para R$ 10 bilhões. Nas lojas físicas, as vendas foram de R$ 4 bilhões, avanço de 6%.

A varejista, no entanto, apresentou um prejuízo ajustado de R$ 98,8 milhões, revertendo um lucro de R$ 81,5 milhões no mesmo período do ano passado. A empresa atribuiu esse resultado a despesa financeira, que cresceu.

Ao longo do trimestre, o Magazine Luiza fez diversos ajustes para aumentar a rentabilidade, como repasses de preços, tanto para itens de bens duráveis, como para os parceiros logísticos (por conta do aumento do combustível). A empresa também otimizou a rota de suas entregas.

Por conta disso, a margem bruta atingiu 27,8% (há um ano foi de 25,3%). A margem Ebitda dobrou de 2,5%, no primeiro trimestre de 2021, para 5% agora.