Ao longo dos últimos anos, a empresa de telefonia Oi se viu envolvida com uma série de conflitos entre os sócios e em uma recuperação judicial de R$ 65 bilhões, a maior da história brasileira.

Enquanto resolvia seus conflitos internos, o investimento caiu e a companhia deixou de lado alguns projetos prioritários. Agora, com a operação voltando a ficar em ordem, a Oi começa a recuperar o tempo perdido.

O primeiro passo para isso aconteceu no começo deste ano, quando uma capitalização de R$ 4 bilhões foi concluída. Neste ano, a previsão é que os investimentos somem R$ 7 bilhões.

É mais do que os R$ 6,1 bilhões de 2018 e muito mais do que os R$ 5,6 bilhões de 2017. Mas menos que seus rivais, cuja faixa de aporte é superior a R$ 8 bilhões.

Nesta terça-feira 4, a Oi informou que o Oi FIbra, seu serviço de fibra óptica direto na casa do consumidor, está presente em 60 cidades. É mais do que o dobro do que há seis meses.

Bernardo Winik, diretor comercial da Oi

“Conexão é o nosso oxigênio”, afirma Bernardo Winik, diretor comercial da Oi. “Temos tudo para assumir a liderança desse mercado no longo prazo.”

O serviço de fibra óptica direto na casa do cliente é uma das grandes tendências do mercado de telecomunicações, ao lado da banda larga móvel de alta velocidade. Não ter uma oferta nessas duas áreas é como estar jogando uma partida da segunda divisão do campeonato brasileiro.

Nessa área, as pequenas operadoras de banda larga fixa estão dando as cartas. Somadas, essas dezenas de companhias têm uma fatia de mercado só inferior a da Claro, que era de 30% em 2018.

A previsão da consultoria Teleco, especializada em telecomunicações, no entanto, é que superarão a empresa do grupo mexicano América Móvil no fim deste ano.

“Essas pequenas operadoras são líderes em mais de 3 mil cidades brasileiras”, afirma Eduardo Tudo, presidente da Teleco. “E elas só atuam majoritariamente com fibra óptica.”

A Oi sabe disso. Mas acredita que tem vantagens para enfrentá-las. Entre elas, uma rede de 360 mil quilômetros de fibra óptica. É o chamado backbone. O próximo passo é levar essa fibra para a casa do cliente. “Temos agilidade para aumentar a oferta do serviço”, afirma Winik.

Em dezembro do ano passado, o Oi Fibra poderia ser instalado em 1,1 milhão de casas. A estimativa é que ele chegue a 3,6 milhões no fim deste ano. Winik afirma que esses dados estão sendo revisados. Mas para cima.

Atualmente, o Oi Fibra conta com 200 mil clientes. Parece pouco, mas ele dobrou de tamanho em menos de cinco meses. “O plano da Oi é correto”, diz Tude, da Teleco. “Até o fim do ano, ela deve estar em 90 cidades.”

Segundo dados da Teleco, a fibra óptica deve superar as toda as outras tecnologias de banda larga fixa até o fim deste ano. As pequenas operadoras estão presentes em mais de 600 cidades. A Vivo em quase 200. A Oi, com as 60 atuais, está voltando para a briga.

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