“O tênis começa na ponta do pé esquerdo, sobe para o braço, então sobe mais um pouco até a mente e depois vai para o coração. Quando o resto não estiver bem, o coração é que tem que ganhar o jogo.” Palavras de Larry Passos, o técnico e mentor de Guga Kuerten por longos anos.

Ninguém vence batalhas sem bons equipamentos e boa munição, assim como nenhuma empresa consegue ser competitiva sem tecnologia, capacitações, alta qualidade e produtos perfeitos. Acrescente a isso inteligência artificial.

Recursos fundamentais são realmente fundamentais. Mas talvez não traduza uma vantagem competitiva, porque não são suficientes. Não dá para não tê-los, mas não basta apenas tê-los.

Tá faltando amor para esse negócio bombar!

Lá vem o líder, de novo, trazendo significados ao seu trabalho. Criando uma narrativa além do material, acrescentando o imensurável acima dos números. Coisas fundamentais.

Nunca, nunca mesmo, contrate alguém seduzindo pelo dinheiro. O dinheiro é importante, mas se ele for o argumento principal para trazer alguém para seu negócio, você está adicionando talvez apenas mais um sistema, um investimento. E com grande probabilidade de baixo retorno.

Por isso que Simon Sinek escreveu: “Grandes empresas não contratam pessoas talentosas e as motivam; elas contratam pessoas motivadas e as inspiram.” As pessoas têm que comprar a história e, ao realizá-la, ganharem um dinheiro muito bom por isso. Além disso, muito importante, ninguém avaliaria um cavalo de corrida só com base em vitórias passadas.

O próximo passo é criar e “vender” um propósito, algo que, para os outros, é a substância que dá a liga. Só um verdadeiro propósito traz a convicção de que o trabalho é importante. Lembra daquela história do pedreiro construindo a catedral? Que catedrais o líder está projetando para o time construir?

Acima disso ainda deve-se plantar a esperança. Só quem tem a crença no futuro grandioso persevera para enfrentar as adversidades. E uma coisa é certa, adversidades nunca faltarão em qualquer caminho de sucesso.

E confiar! A forma mais elevada de motivar é confiar. Vem do Tao Te Ching a seguinte pérola: “Só quando as pessoas não estão intimidadas pela autoridade é que pode surgir a verdadeira autoridade.” Deixar o time trabalhar é o melhor caminho para fazer o time trabalhar mais e para conhecer o time. O líder planta o futuro, vende a paixão, o time vai lá e faz. Simples assim.

E ainda vem o reconhecimento. Afinal, só o amor gera mais amor e reconhecer é amar. Há que se celebrar cada passo, valorizar os vencedores, mas reconhecendo que o trabalho é de equipe. Eu disse vencedores. E, mesmo que alguém tenha feito melhor, é de fundamental importância mostrar que outros estão chegando lá também. Por isso é que em todo pódio sobem três vencedores.

Por fim, a geração máxima de paixão: a gratidão. Sempre lembrando que não se faz nada na vida sem o outro. Nem a vida se faz sem o outro. O verdadeiro líder agradece a todas as coisas, pequenas ou grandes, e a todas as pessoas, sem distinção.

Havendo significado, propósito, esperança, confiança, reconhecimento e gratidão, quem não se apaixona? Depois chamam isso de talento, mas talento é o que se faz com paixão! E essa paixão extrapola o coração, vem da alma.

Daí fica claro o sentido da frase de Nelson Rodrigues: “Quem ganha e perde as partidas é a alma”.

Mais um livro que me ajudou aqui. O Algoritmo da Vitória, de José Saliba Neto e Adriana Salles Gomes. Boa leitura.

*Leonel Andrade é CEO da CVC Corp e foi CEO da Smiles, Credicard e Losango Financeira. Ele também é membro do Conselho de Administração da BR Distribuidora e da Lojas Marisa. Além disso, faz palestras sobre gestão de pessoas e negócios.

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