A próxima fase dos esportes eletrônicos (e-sports) chegou: a bolsa de valores. A equipe dinamarquesa de Counter-Strike a Astralis Group deve ser a primeira do mundo a fazer sua oferta inicial de ações (IPO, da sigla em inglês).
Com o objetivo de consolidar e fortalecer sua posição internacional, a marca pretende levantar entre US$ 18,3 milhões e US$ 20 milhões, vendendo seus papéis num braço para pequenas e médias empresas da Nasdaq, em Copenhague.
A estreia da companhia na bolsa está prevista para acontecer no dia 9 de dezembro. Em sua página oficial, a Astralis Grous, que é a principal equipe de Counter-Strike do mundo, justifica o movimento por ser líder do setor e por ser responsável pela estruturação de equipes vencedores, marcas globais, engajamento social e parcerias comerciais inovadoras.
A Audi e Logitech são duas das empresas que já trabalharam com a equipe – que seria, talvez, o equivalente ao Barcelona para o futebol.
Em entrevista à Bloomberg, o CEO da equipe, Nikolaj Nyholm, revelou que já assegurou US$ 8 milhões em compromissos prévios, vindos de "um amplo leque de investidores da Europa e Ásia".
A indústria de e-sports já movimenta US$ 1,1 bilhão por ano e tem mostrado que o jogo é, na verdade, bastante sério. A própria equipe do Astralis Group firmou, em novembro, uma parceria com a Newzoo – uma empresa de análise de dados que dá ferramentas para tomadas de decisão. A ideia é que, munida com informações racionais, a equipe consiga manter os resultados expressivos.

Os pioneiros são outros
Embora seja a primeira equipe de e-sport a dar entrada na papelada para a oferta pública, a Astralis Group não é a pioneira do setor a negociar suas ações na bolsa. Em fevereiro deste ano, a plataforma Super League Gaming captou US$ 25 milhões ao vender seus papéis na Nasdaq.
Fundada em 2014, a empresa, que também é conhecida como Little League dos e-sports, tem como negócio a organização de competições para jogos como Minecraft e League of Legends. Os eventos acontecem em salas de cinema, cafés e até em centros de entretenimento.
Apesar da boa receptividade do mercado, as ações da Super League Gaming tiveram uma queda de 12,1% no primeiro dia de negociação e fecharam cotadas a US$ 9,64. Hoje, o papel está sendo negociado a US$ 2,47. O desempenho é reflexo de um prejuízo de US$ 13 milhões.
“Nossas perdas recorrentes nas operações, déficit acumulado e caixa usado nas atividades operacionais levantam dúvidas substanciais sobre nossa capacidade de continuar como uma preocupação constante. Não podemos prever se alcançaremos lucratividade em breve ou em algum momento", disse a organização, em comunicado ao mercado.

Counter-Strike: brincadeira de gente grande
Com 20 milhões de usuários no mundo, o Counter-Strike é um dos jogos mais populares do planeta. Lançado nos anos 2000, pela Valve Corporation, o jogo multiplayer (aquele em que vários usuários participam simultaneamente) é ambientado em primeira pessoa.
A competição clássica de Counter-Strike é entre dois times com cinco integrantes cada. Vence a equipe que levar a melhor ao longo de 30 partidas.
Disponível em todas as plataformas, como Xbox, Playstation, Windows e iOS, o jogo tem "premiações" de gente grande, com bonificações de até US$ 1,5 milhão em dinheiro.
Assim como acontece no futebol, basquete, vôlei ou qualquer outra modalidade esportiva, essa também lucra para além das quadras – com merchandising, venda de ingressos, associações e afins.
O Counter-Strike está em sua quarta versão, a Global Offensive, lançada em 2012 com novos personagens, armas, mapas e gráficos.
Embora exista uma opção gratuita, com restrições, a paga e ilimitada custa por volta de US$ 15. Segundo levantamento do SteamSpy, o jogo teve 25 milhões de cópias vendidas no mundo todo.
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