Os principais atletas globais de alto rendimento são uma máquina de negócios. O brasileiro Neymar Jr., por exemplo, recebe 80 propostas por dia, em média, na NR7 Sports para algum tipo de exposição. Saber escolher e, principalmente, valorar essa exposição é o grande desafio. E é esse trabalho que a Faanz se propõe a fazer: peneirar para achar a pepita de ouro.
“Não somos uma agência de marketing tradicional ou esportivo, nem mesmo uma agência de publicidade que faz captação só de mídia. Somos um hub de negócios para conectar empresas e marcas com atletas de relevância global que já são celebridades”, diz André Duek, sócio e CEO da Faanz USA ao NeoFeed.
Duek, ex-CEO da Forum e da Triton, foi anunciado há alguns dias como sócio da operação nos Estados Unidos da companhia criada por Lucas de Mattos e Pedro Tompson. Na operação americana, a sociedade é dividida, em partes iguais de 25%, com Carolina Lara (sócia de Duek em outros negócios), Vicente Siciliano Júnior (ex-sócio da rede de livrarias Siciliano) e Diego Alves (goleiro com passagens por Flamengo, Atlético Mineiro e Valência).
O objetivo é totalizar US$ 1 bilhão em volume de negócios assinados pela Faanz nos próximos cinco anos. Os Estados Unidos são considerados o maior mercado de marketing esportivo do mundo e com alto potencial para atletas fora de campo.
Para se ter uma ideia, mesmo o futebol não sendo o preferido dos fãs americanos, Lionel Messi, o camisa 10 do Inter Miami, recebeu US$ 14 milhões da marca de cerveja Michelob Ultra por um filme de apenas 14 segundos que foi exibido no Super Bowl, a final do outro futebol, aquele jogado com as mãos.
Além da mídia, Duek vai ajudar a avaliar inúmeros potenciais, como o de startups que precisam de capital para crescer e podem ser uma oportunidade para esses atletas.
“Neste primeiro ano, vamos fazer, no mínimo, US$ 100 milhões de volume de negócios. Eu acho que é um número razoável e não é um absurdo”, afirma Duek.
Mesmo com pouco tempo, o escritório americano da Faanz criou um projeto e já apresentou para uma instituição financeira, que gostou da ideia. Se tudo der certo, a expectativa é que a aprovação aconteça em até 60 dias.
O valor desse primeiro negócio? US$ 50 milhões. Mas esse é considerado um projeto fora da curva. Segundo Duek, as negociações começam entre US$ 1 milhão e US$ 3 milhões.
O potencial de negócios
A história entre Duek e a Faanz começou há alguns meses, em meados do ano passado. E o empreendedor brasileiro, de 51 anos, mudou o destino da Faanz.
Em agosto de 2023, Duek foi chamado pela equipe de Neymar para discutir sobre projetos imobiliários em Miami. Residente em Boca Raton, na Flórida, o brasileiro é sócio da Duek Lara Group, uma boutique de negócios imobiliários para o mercado americano.
Nessas reuniões, conheceu os sócios da Faanz e o projeto, que naquele momento só tinha Neymar como atleta representado e apostava numa loja de memorabilia com a venda de itens colecionáveis e autografados pelo jogador brasileiro.
“O negócio faz muito sentido, mas vocês estão muito concentrados: estão em um país só, com um atleta. É um risco enorme em qualquer empresa”, disse Duek aos sócios-fundadores da Faanz. “Mas vocês têm o atleta que pode ser explorado no mundo todo.”
A partir daí, a Faanz se transformou. Em janeiro deste ano, o casting de atletas representados passou a ter Messi, o tenista Carlos Alcaraz e os jogadores de basquete Jimmy Butler e Draymond Green, além, é claro, de Neymar.
“Todos os atletas têm seus empresários, suas agências e sua própria estrutura. Não temos nenhum atleta com exclusividade, mas tenho conexões para trazer oportunidades de negócios para Neymar, Messi, Carlito…”, afirma Duek.
A ideia é que a Faanz some mais cinco atletas com potencial global aos cinco que já estão no portfólio atual. Um golfista e um piloto de Fórmula 1 estão em negociação avançada - o automobilista tem grandes chances de ser anunciado em junho.
Por estratégia da empresa, dois grandes nomes de uma modalidade esportiva são importantes para não perder um negócio. Caso um tenha algum impedimento por contrato com um patrocinador, por exemplo, o outro consegue ocupar o mesmo espaço. Mais do que isso pode não ser produtivo.
“O nosso core não vai ser ter 50 atletas. Mas ter 50 empresas para dez atletas. O branding é a criação da escassez e desejo de marca. Para nós também funciona dessa forma. Quanto mais eles forem desejados, mais eu vou conseguir ter performance”, diz Duek.
Questionado se não faria sentido ter um jogador da NFL como Tom Brady, que foi um dos maiores do futebol americano e tem uma ligação com o Brasil por ter sido casado com a modelo Gisele Bündchen, o sócio da Faanz é direto:
“Está no nosso pipeline, sim, ainda mais com todo o crescimento da NFL no Brasil”, diz Duek.
Neste ano, a XP costurou um acordo com a liga para fazer o primeiro jogo da temporada 2024/25, em 6 de setembro, entre Philadelphia Eagles e Green Bay Packers, na Neo Química Arena, em São Paulo. Será o primeiro jogo oficial na NFL em um país da América do Sul.