A forte escalada em sua valorização nos últimos meses não deixa dúvidas de que as criptomoedas estão vivenciando sua melhor fase. Entretanto, ainda há muito trabalho a fazer para que esses ativos se consolidem como uma opção consistente e confiável no mercado.

Com essa premissa, um grupo de empresas do setor financeiro anunciou nesta terça-feira, nos Estados Unidos, o lançamento de mais um projeto para impulsionar de vez as moedas virtuais, sob o nome de Crypto Council for Innovation (CCI).

Fruto de uma iniciativa da Paradigm, empresa americana de criptomoedas, o CCI reúne ainda a Fidelity Digital Assets, subsidiária da gestora Fidelity Investments; a Square, empresa de pagamentos de Jack Dorsey, fundador do Twitter; e a Coinbase, plataforma prestes a abrir capital.

Em comunicado, o CCI informou que seu objetivo é desbloquear a “promessa transformacional das criptomoedas” e atuar como uma espécie de porta-voz dessa indústria. Na prática, o plano é trabalhar junto a governos e instituições em todo o mundo apoiando e influenciando políticas e regulamentações relacionadas ao segmento.

Além do forte lobby nessas esferas e do desenvolvimento de projetos de pesquisa, a entidade diz que o trabalho envolverá educar o público sobre o potencial das moedas virtuais e corrigir eventuais percepções equivocadas sobre esses ativos.

“Sabemos que as criptomoedas são uma promessa imensa para estimular o crescimento econômico, criar empregos, melhorar a inclusão e o acesso financeiros”, afirmou, em nota, Gus Coldebella, diretor da Paradigm e um dos organizadores do CCI. “É por isso que vamos ajudar legisladores, reguladores e indivíduos em qualquer lugar do mundo para entender os seus benefícios.”

Segundo o The Wall Street Journal, o CCI contará com a participação de nomes como Fred Ehrsam, cofundador da Paradig e cofundador e ex-CEO da Coinbase. Com o tempo, o plano é compor um comitê com representantes de cada uma das quatro companhias que estão lançando a iniciativa.

O lançamento do CCI acontece em um momento em que as criptomoedas começam a ganhar, pouco a pouco, o mainstream por meio da adesão de nomes de peso no mercado. Neste mês, por exemplo, o Morgan Stanley tornou-se o primeiro dos grandes bancos americanos a oferecer a seus correntistas da área de wealth management a opção de investir em três fundos de bitcoin.

O J.P. Morgan também passou a oferecer uma alternativa de investimento baseada no desempenho de sua Cryptocurrency Exposure Basket, que acompanha a performance das ações de 11 empresas.

Também já existem alternativas no mercado brasileiro. Nesta semana, o BTG Pactual lançou seu primeiro fundo de bitcoin, gerido pela BTG Pactual Asset Management e distribuído pela plataforma digital do banco.

Esse é também o primeiro fundo de bitcoin criado por um banco brasileiro. Batizado de BTG Pactual Bitcoin 20, o fundo multimercado investirá 20% do patrimônio em bitcoin e 80% em renda fixa, e será o ponto de partida para uma série de produtos que a instituição lançará no segmento das criptomoedas.

A XP é mais uma empresa que está oferecendo essa opção aos investidores brasileiros. A corretora já tem uma série de produtos de criptomoedas disponíveis em sua plataforma. Entre eles, o fundo Voyager, da gestora Hashdex, com 100% de exposição ao bitcoin.

Outra companhia que pode trazer novidades para o País nesse segmento ainda nesse ano é a Visa. No fim de março, lançou nos Estados Unidos um projeto-piloto com a plataforma Crypto.com para a aceitação da criptomoeda USD Coin em sua rede de pagamentos. E anunciou o plano de adicionar mais parceiros e levar a iniciativa a outros mercados, em um roteiro que deve incluir o Brasil.