Depois de sair às compras nos últimos dois anos, trazendo as marcas Reserva, Bawl e Carol Bassi para o seu portfólio, chegou a hora do grupo de moda Arezzo&Co reforçar seu caixa para continuar acelerando o seu crescimento.

A companhia informou, em fato relevante, que contratou os bancos Itaú BBA, XP, BTG Pactual, Bank of America e Santander para coordenarem um follow on com a meta de captar R$ 615 milhões em uma oferta primária. Serão emitidas 7,5 milhões de ações.

Dependendo da demanda, o hot issue poderá ser exercido, aumentando a oferta em 35%. Isso faria a captação alcançar R$ 830 milhões. A precificação será na semana que vem, dia 3 de fevereiro. Procurada, a empresa não se pronunciou.

A Arezzo&Co nunca havia feito um follow on, desde a sua estreia na bolsa, há mais de 11 anos. Mas também não tinha acelerado tanto o seu crescimento como nos últimos dois anos. O capital será usado para continuar a expansão orgânica e inorgânica.

No terceiro trimestre de 2021, a companhia teve uma receita líquida de R$ 777,9 milhões, um crescimento de 86,8% sobre igual período em 2020. Na mesma base de comparação, o lucro líquido teve um salto de 192,6%, para R$ 77,5 milhões.

Nos nove primeiros meses de 2021, a Arezzo&Co anotou uma receita bruta de R$ 2,29 bilhões, 88% a mais do que os R$ 1,2 bilhão de 2020 e 54% a mais do que o resultado de R$ 1,49 bilhão em 2019. Muito disso se deve à integração das novas marcas adquiridas e do crescimento na área digital.

Com o dinheiro do follow on, a companhia pretende, além de fazer novas aquisições, fortalecer sua estrutura, aumentando o número de lojas de marcas como Carol Bassi, remodelar as lojas da Reserva, erguer novos centros de distribuição e comprar novas fábricas para a produção de peças como bolsas.

Alexandre Birman, CEO do grupo Arezzo&Co

Nos últimos dois anos, com a compra da Reserva (R$ 715 milhões), Bawl (R$ 105 milhões) e Carol Bassi (R$ 180 milhões), a companhia desembolsou um total de R$ 1 bilhão, entre dinheiro e troca de ações. Tudo isso para criar uma “house of brands” e entrar em vários mercados endereçáveis.

Além de debutar em vestuário com a Reserva, quando criou o grupo AR&Co, a empresa partiu para a produção de roupas femininas com a marca Schutz, entrou em streetwear com a Bawl e deu mais um passo em roupas femininas premium com a grife Carol Bassi.

Como o NeoFeed revelou com exclusividade, em novembro do ano passado, a Reserva também vai passar a vender roupas femininas no segundo trimestre deste ano. A coleção já está sendo preparada e testada internamente.

Avaliada em R$ 8,16 bilhões, a Arezzo&Co tinha seus papéis negociados a R$ 70,57, em 24 de janeiro de 2021, e chegaram a R$ 99,57, em 11 de julho do ano passado, numa alta de 41%. Desde então, os papéis caem 17,7%. Mesmo assim, nos últimos 12 meses, a ação acumula uma alta de 16%.