A UV Gestora e a Faro Capital, duas acionistas relevantes da empresa de alimentação International Meal Company (IMC), anunciaram ao mercado que acabam de enviar uma carta ao conselho de administração da companhia para que uma poison pill, criada em 2018, seja extinta.

Essa poison pill, a chamada pílula de veneno, foi criada na época em que a Sapore tentou comprar a IMC numa Oferta Pública de Aquisição (OPA), na qual pretendia abocanhar 40% da companhia, dona das redes Frango Assado, Pizza Hut, KFC, entre outras no País.

Era algo que não agradava os acionistas. Na época, para conter o avanço da Sapore, estabeleceu-se que qualquer acionista que ultrapassasse a barreira dos 30% de participação, deveria fazer a oferta pelo mesmo preço a todos os acionistas da companhia. Ou seja, levar 100%.

O tempo passou, os acionistas de controle mudaram e hoje a UV e a Faro Capital têm, em conjunto, 27,16% da empresa. Essa participação foi sendo comprada aos poucos. Em novembro, por exemplo, era de 23,3%.

O NeoFeed apurou que as duas empresas, que atuam em bloco liderado pela UV, querem aumentar a participação, mas não pretendem fazer uma oferta por 100% da empresa. “Elas querem aumentar aos poucos e acreditam que é necessário um acionista relevante que ajude na gestão da companhia”, diz essa fonte.

A IMC é uma companhia que já teve vários acionistas relevantes e que não conseguiram fazer a empresa decolar. A Advent chegou a deter mais de 40% da empresa. Depois, foi a vez da família Martins e de Carlos Wizard Martins liderarem – hoje com 8,9% de participação.

Mas, desde a entrada dos fundos e da chegada do CEO Alexandre Santoro, a companhia parece estar encontrando a receita para crescer. O executivo tem passagens por Ambev, ALL e Popeyes, cadeia de fast food da Restaurant Brands International (RBI), da qual foi CEO global entre 2017 e 2019.

No comando da IMC, ele simplificou a operação e agora está dando foco nas operações digitais. “Precisamos dar acesso a diversas formas para o consumidor se conectar com as nossas marcas”, afirma Santoro. “Temos que estar presentes em todas as ocasiões e comportamentos de consumo desses clientes”, disse Santoro em recente entrevista ao NeoFeed.

Ao que parece, está funcionando. No terceiro trimestre do ano passado, o dado público disponível mais recente, a companhia apresentou uma receita líquida de R$ 540,4 milhões, uma alta de 80% em relação ao mesmo período de 2020 e 27,2% a mais do que no terceiro trimestre de 2019. As vendas nas mesmas lojas cresceram 74,8% em relação a 2020 e 11,7% em relação ao terceiro trimestre de 2019.

Avaliada em R$ 756 milhões, a companhia tem seu papel negociado na B3 e fecharam cotados a R$ 2,65, na terça-feira, 1 de fevereiro. Há 12 meses, eles eram negociados a R$ 3,57. A queda chega a 25,7%.