Em janeiro deste ano, João Vitor Menin, CEO do banco Inter, antecipou ao NeoFeed o plano de lançar um aplicativo para não-correntistas, referindo se à iniciativa como o “grande projeto” da operação em 2021.

Quatro meses depois, o grande projeto começa a ganhar forma. Nesta quarta-feira, 12 de maio, Menin anunciou que o aplicativo em questão será lançado nos próximos dez dias, como parte da meta do banco de fechar o ano com uma base de 20 milhões de clientes, sendo 4 milhões deles, não-correntistas.

“Demoramos um pouco mais para lançar. Estamos supercautelosos, porque é uma mudança importante”, disse Menin, em conferência com analistas, em referência ao plano inicial de lançar o app em março. “Mas, agora, vamos abrir bastante o nosso mercado endereçável.”

Ele recorreu a uma conta para ressaltar a oportunidade à frente com a novidade no portfólio. Segundo Menin, o aplicativo do Inter tem mais ou menos 90 mil downloads por dia, dos quais, cerca de 40 mil envolvem cadastros completos e 30 mil geram, de fato, contas abertas diariamente.

“Temos uma perda nesse processo de onboarding das contas”, afirmou. “Mas, para entender nossa matemática, se capturamos 40% desse excedente que não é convertido, podemos trazer um número significativo para o banco.”

Para captar esses usuários, a oferta inicial será composta por algumas opções disponíveis no pacote do banco Inter, como o marketplace Inter Shop e os produtos de seguros. Outra alternativa em avaliação é o portfólio de investimentos.

“Vamos começar com o que temos e, depois, iremos adicionar novas funcionalidades”, afirmou Menin, citando possíveis ofertas em cartões pré-pagos, crédito e consórcios. “Primeiro, vamos trazer esse fluxo de pessoas. Depois, usaremos inteligência de dados para definir outros serviços.”

O Inter já ultrapassou a metade do caminho no objetivo traçado para o ano em termos de clientes. O banco fechou o primeiro trimestre de 2021 com uma base de 10,2 milhões de correntistas, um salto de 106% sobre março de 2020. E informou que, em abril, superou a marca de 11 milhões.

Resultado trimestral

Entre janeiro e março, o Banco Inter, dono de um patrimônio líquido de R$ 3,2 bilhões, reportou um lucro líquido de R$ 20,8 milhões. Com o resultado, a empresa reverteu o prejuízo líquido divulgado nos primeiros três meses de 2020, na casa de R$ 8,4 milhões.

Já as receitas totais cresceram 95% no período, para R$ 541,8 milhões. Nesse ponto, o banco destacou o impulso gerado pelo avanço nas receitas de prestação de serviços, que somaram R$ 139,3 milhões. A receita de intermediação financeira, por sua vez, foi de R$ 361,7 milhões, alta de 81,6%.

No trimestre, a carteira de crédito ampliada alcançou um volume de R$ 11 bilhões, um crescimento de 97,1%. Em outras frentes, a Inter Invest, plataforma de investimentos chegou a R$ 52 bilhões em ativos sob custódia, um salto de 154%, com 1,5 milhão de clientes ativos.

Já o marketplace Inter Shop registrou um GMV de R$ 676 milhões, alta de 1.648%. Enquanto a área de seguros registrou uma base de 376 mil segurados, um volume 385% superior na comparação anual.

O banco está avaliado em R$ 48,5 bilhões. No pregão desta quarta-feira, os papéis da empresa estavam sendo negociados com queda de 5,4% por volta das 13h40. Em 2021, as ações acumulam uma valorização de 105,1%, levando-se em conta o preço do fechamento do pregão da terça-feira.