Ele está de olho em startups maduras, que já estão consolidadas em um mercado amplo e com os produtos provados. Agora, essas empresas precisam de recursos para abrir novas avenidas de crescimento, desenvolver uma máquina de vendas mais azeitada, expandir produtos ou até mesmo se internacionalizar.

Em poucas palavras, isso é o que procura Joaquim Lima, sócio da gestora de private equity americana Riverwood Capital, que já investiu na 99, o primeiro unicórnio brasileiro, e conta com Omie, RD e VTEX, entre muitas outras startups, em seu portfólio latino-americano.

“O time continua sendo importante. E muitas vezes o fato de um fundo de venture capital ter investido é uma validação. Mas o novo estágio de investimento demanda novas habilidades”, afirmou Lima ao CAFÉ COM INVESTIDOR, programa que entrevista os principais gestores de venture capital e private equity do Brasil.

Lima, agora, está com o fundo capitalizado na busca por novas empresas na região latino-americana. A Riverwood Capital acaba de concluir a captação de US$ 1,5 bilhão de seu terceiro fundo – os outros dois foram de US$ 800 milhões e US$ 1,25 bilhão. E os valores de seus cheques são altos. Em geral, eles começam em US$ 20 milhões e podem atingir até US$ 50 milhões em follow-ons.

Por investir em séries mais avançadas, a Riverwood Capital observa também a capacidade de execução do empreendedor e analisa ainda a dinâmica de competição de mercado na qual a startup está inserida.

De acordo com Lima, a dinâmica de competição nas startups em que a Riverwood Capital investe envolve as big techs, o que significa um ambiente competitivo mais acirrado. Na prática, isso demanda mais capital. “Mas, quando investimos, acreditamos que aquele empreendedor vai vencer”, afirma o sócio do fundo de private equity.

Um exemplo dessa postura é o investimento na VTEX, empresa que desenvolve uma solução de comércio eletrônico. Quando a Riverwood  Capital investiu na empresa, em 2015, o objetivo era ajudá-la na expansão internacional.

O aporte fez a startup fundada por Mariano Gomide e Geraldo Thomaz estabelecer 15 escritórios internacionais e manter presença nos Estados Unidos, Inglaterra, Itália, Espanha, Romênia e todos os países da América Latina. “Acreditamos que o produto e sobretudo o time tinha a gana e a ambição de ser uma empresa global”, diz Lima. “Eles estão muito bem nesse caminho.”

Em novembro do ano passado, a companhia captou mais R$ 580 milhões, em um aporte liderado pelo Softbank, no qual o dinheiro seria usado na estratégia de se fortalecer nos Estados Unidos.

“A pandemia trouxe dois anos para frente (a estratégia da VTEX). De certa forma, tudo o que era favorável por trás da tese, se acelerou”, afirma Lima. “O caminho de um IPO da VTEX está no horizonte. É uma questão de tempo para que isso se concretize, na minha visão.”

Nesta entrevista ao CAFÉ COM INVESTIDOR, Lima conta sua trajetória profissional, que teve passagens pela Brasil Telecom (que se uniu à Telemar, dando o origem a Oi) e pelo International Finance Corporation (IFC), braço de investimentos do Banco Mundial no setor privado, antes de se associar à Riverwood Capital, em 2011. Confira no vídeo acima.

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