Antes das diversas medidas restritivas impostas pelo coronavírus tomarem efeito mundo afora, o fundo de venture capital Sequoia, um dos mais respeitados do Vale do Silício, já "cantava a bola" para os gestores de seu portfólio.

Em uma carta endereçada aos líderes das empresas nas quais investe, a Sequoia alertava para as consequências inevitáveis da pandemia, chamada, na mensagem, de "cisne negro de 2020". 

Num determinado trecho do documento, a Sequoia aconselhava: “Ninguém se arrepende de fazer ajustes rápidos e decisivos quando as circunstâncias mudam. Em tempos de crise, a receita e o fluxo de caixa sempre caem mais rápido que as despesas.”

Depois do recado dado e do caos instaurado nos mercados mundo afora, a Sequoia mais uma vez veio a público "auxiliar" as startups. Usando suas redes sociais, o fundo compartilhou uma planilha que ensina como planejar os negócios para sobreviver em momentos de crise. 

"Estamos dividindo isso na esperança de que seja uma luz em meio à neblina. Todos temos que tomar nossas próprias decisões e a situação de cada empresa é diferente. Mas, independentemente das circunstâncias e do que você acredita que o futuro reserva, o emprego dessa abordagem tornará a consequência das decisões mais clara", diz trecho do texto divulgado pela gestora (veja a planilha abaixo)

Adepta da filosofia de que "vence o mais adaptável", a Sequoia se mantém firme desde que foi fundada, em 1972. Sua estratégia para driblar crises e recessões tem sido a escolha certeira de seus investimentos. Apple, Google e Airbnb são só algumas das estrelas do portfólio da marca, formado por startups que somam mais de US$ 1,5 trilhão no valor de mercado. 

Até o começo deste ano, a investidora ainda disponha de boa parte dos recursos financeiros de seu último fundo, o Global Growth Fund III, de US$ 8 bilhões. De acordo com uma reportagem do jornal The Wall Street Journal, publicada em janeiro deste ano, a empresa havia investido menos de 20% deste total.

Recessão à vista

Ainda sem prazo para acabar, a quarentena imposta a diferentes partes dos Estados Unidos e do mundo já aponta para perdas e uma provável recessão global. Embora ninguém consiga ainda prever a dimensão do "estrago" causado pela pandemia do coronavírus, há quem aceite algumas projeções.

O departamento de economia da Universidade da Califórnia Los Angeles (UCLA) estima, em comunicado, que a economia americana deve encolher 0,4% e que a recuperação total aconteça apenas em 2022.

Já a empresa de análise IHS Markit aposta em um cenário mais "otimista", com uma diminuição de 0,2% do PIB americano em 2020. A previsão mais pessimista é assinada pelo banco J.P. Morgan, que calcula a recessão de 1,5% para este ano. 

Todos os cenários são acompanhados do aumento da taxa de desemprego, que, pelas estimativas do Índice de Qualidade Laboral do Setor Privado Americano, pode atingir 37 milhões de postos de trabalho no curto-prazo. A região mais atingida seria a Califórnia, onde a UCLA aponta que 280 mil sejam levadas ao desemprego até o primeiro trimestre de 2021.

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