Um dia após reagir a empresários e entidades que propõem uma reforma tributária diferente das propostas que tramitam no Congresso, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, voltou a aquecer a discussão em torno do tema.

“Os empresários precisam entender que a parcela deles de contribuição para um Estado menos desigual tem que existir”, disse Maia, durante o CEO Brasil Conference 2020, evento que está sendo promovido pelo BTG Pactual em São Paulo. “Da mesma forma que o povo brasileiro colaborou na reforma da Previdência”, afirmou o parlamentar, que classificou o grupo como uma “parte pequena do setor privado.”

Com a participação de nomes como Flávio Rocha, presidente do Grupo Guararapes, dono das Lojas Riachuelo, o grupo em questão lançou ontem, em São Paulo, um movimento que defende uma reforma tributária baseada na proposta de Marcos Cintra, ex-secretário da Receita Federal do governo de Jair Bolsonaro.

Entre outros termos, a proposta em pauta passa por fatores como a desoneração da folha de pagamento e a criação de um imposto sobre movimentações financeiras.

Segundo o grupo, os projetos de reforma administrativa que tramitam na Câmara e no Senado privilegiam setores como os bancos e grandes indústrias. E sobrecarregam segmentos como serviços, comércio e agronegócios.

“Não podemos terminar esse debate com a criação de uma nova CPFM, para que a sociedade pague novamente a conta”, disse Maia, que reforçou sua perspectiva otimista sobre o avanço das reformas tributária e administrativa no Congresso.

Ele apontou, no entanto, um componente que pode atrasar esses e outros projetos. “A minha dificuldade é o fato de o governo não ter uma base mínima de deputados no Congresso”, disse. “Em toda a votação, eu tenho que construir a maioria. O que acaba atrasando, mas também dá mais independência ao parlamento.”

Apesar de isentar o presidente Jair Bolsonaro, Maia também voltou a disparar contra o que chama de ala minoritária do governo, mais preocupada em promover a polarização via redes sociais.

“Os problemas do Brasil são maiores e mais complexos do que ficar batendo boca e dialogar apenas com uma parte da sociedade”, afirmou. “Mais grave, no entanto, que as besteiras que eles falam é ter pastas importantes como a Educação nas mãos desse mundo ideológico.”

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