Em abril deste ano, a Rede Mater Dei fez seu IPO na B3 e levantou R$ 1,41 bilhão, sendo que a oferta primária envolveu R$ 1,19 bilhão. Seis meses depois, o grupo mineiro de saúde está de volta ao mercado de capitais.

A empresa anunciou nesta terça-feira que seu Conselho de Administração aprovou a sua primeira emissão de debêntures. Com o objetivo de reforçar o caixa, a companhia busca captar, no total, a quantia de R$ 500 milhões.

O processo envolverá debêntures simples, não conversíveis em ações, em série única. Com data de emissão prevista para 3 de novembro e destinação restrita a investidores profissionais, serão distribuídas 500 mil debêntures no valor nominal unitário de R$ 1 mil.

Ao reforçar seu caixa, a empresa ganha fôlego para não ser apenas uma coadjuvante no cenário de consolidação do setor de saúde, no qual compete com rivais de maior porte e grande apetite, como a Rede D’Or, dona de um valor de mercado de R$ 132,2 bilhões.

A Rede Mater Dei, por sua vez, está avaliada em R$ 5,8 bilhões e suas ações acumulam uma desvalorização de 4,75% desde a abertura de capital. De lá para cá, a empresa já investiu, no total, R$ 840 milhões nas aquisições de 70% do Grupo Porto Dias, de Belém (PA) e de 50,1% da empresa de tecnologia A3Data.

A busca por aquisições segue no escopo da rede. Em entrevista concedida ao NeoFeed na semana passada, Henrique Salvador, CEO da Mater Dei, destacou que o crescimento inorgânico é uma das principais vertentes da estratégia da companhia. E com um roteiro, em particular.

“Faz todo sentido ir consolidando entre Salvador e Belém. A região do Centro-Oeste também, é a região do agronegócio e tem carência grande de bons ativos hospitalares”, afirmou Salvador, sobre a abordagem centrada em regiões ainda pouco exploradas pelos grandes grupos do setor.

Hoje, a Rede Mater Dei conta com três hospitais em Minas Gerais, um em Belém e outro em construção em Salvador. Entre abril e junho deste ano, a empresa reportou uma receita líquida de R$ 269 milhões, alta de 87% na comparação anual. No primeiro semestre, o indicador registrou um crescimento de 58%, para R$ 496 milhões.