Sob um cenário de manutenção da taxa de juros em níveis mais baixos, os fundos imobiliários vêm crescendo como uma alternativa na carteira dos investidores. E estão também no centro do mais novo movimento da XP Inc.

O grupo de Guilherme Benchimol anuncia nesta sexta-feira, 11 de junho, a compra de uma fatia minoritária – não revelada - na Capitânia Investimentos, gestora de recursos especialista em crédito privado, imobiliário e de infraestrutura.

“A entrada na Capitânia está em linha com a nossa visão de oferecer aos nossos clientes o mais completo ecossistema de investimentos do mercado, permitindo o acesso a produtos alternativos e inovadores, como os desenhados pela Capitânia”, afirma, em nota, Leon Goldberg, sócio da XP Inc.

Fundada em 2003, a Capitânia Investimentos tem R$ 11,2 bilhões de ativos sob gestão. Em 18 anos no mercado, a empresa já concluiu a alocação de capital em mais de 500 diferentes casos de investimento, em modalidades como debêntures, fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) e certificados de recebíveis imobiliários.

O portfólio atual da gestora inclui 30 fundos de investimento, com 140 mil investidores individuais, além de 80 investidores institucionais, entre fundos de pensão, seguradoras, gestores de patrimônio e family offices.

“Nosso modelo seguirá 100% focado nos cotistas, atuando como uma alocadora de capital, ancorando transações que tenham sido estruturadas por terceiros, e posicionando-nos sempre como uma das investidoras líderes em cada caso”, diz Ricardo Quintero, coordenador geral da Capitânia Investimentos.

Pelos termos do acordo, a Capitânia seguirá operando de forma independente. Hoje, a gestora tem uma equipe de 30 profissionais, sob o comando de Quintero e dos sócios Arturo Profili e Caio de Souza Conca.

Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), os fundos imobiliários encerraram maio com uma captação de R$ 4,2 bilhões, o que representou uma alta de 55,3% comparada ao mês de abril. No ano, a captação acumulada está em R$ 21 bilhões, ante R$ 15,4 bilhões no mesmo período, em 2020.

Sob o ponto de vista da XP, o acordo é mais um exemplo de uma série de movimentações do grupo para ampliar e reforçar o seu portfólio e seus tentáculos. Nesse contexto, na segunda-feira, 7 de junho, a empresa anunciou a criação de uma corretora em parceria com a Faros Investimentos, que tem R$ 20 bilhões sob custódia.

Já na semana passada, a XP anunciou a compra de uma participação minoritária na Giant Steps. Fundada em 2012, a gestora tem cerca de R$ 7 bilhões sob sua alçada, é um dos principais nomes no modelo de fundos quantitativos no País e vinha sendo cobiçada também pelo BTG Pactual.

Antes desse acordo, em outro capítulo dessa disputa com o BTG Pactual, a XP também anunciou a criação de novas corretoras em parcerias com a Messem Investimentos e a Monte Bravo Investimentos.