Passados pouco mais de três meses do anúncio de uma oferta secundária de ações para se desfazer de uma parcela de sua participação total, na época, de 41% no Assaí, o grupo francês Casino indica que as vendas não se esgotaram nesse balcão.

No início da noite desta terça-feira, 7 de março, o Assaí divulgou que o Casino iniciou os trabalhos preliminares para a realização de uma potencial nova venda de parte de sua fatia na rede brasileira de atacarejo.

Segundo fato relevante publicado pela empresa, a oferta, que aconteceria por meio de um novo follow on, envolveria um montante aproximado de US$ 600 milhões, valor que pode crescer dependendo das condições do mercado.

O Assaí ressalta que ainda não há uma decisão final sobre a potencial transação. Como parte desse processo, o Casino contratou o BTG Pactual, o Bradesco BBI, o Itaú BBA e o J.P. Morgan para analisar os termos de uma potencial transação.

Caso o Casino siga esse caminho, o Assaí irá propor em sua próxima assembleia geral ordinária, prevista para acontecer em abril, uma nova composição em seu Conselho de Administração, com um número de membros indicados pelo grupo francês que reflita sua fatia resultante na companhia.

Em novembro de 2022, o Casino anunciou um follow on para a venda de uma fatia equivalente a 10,4% do Assaí, em uma transação envolvendo 140,8 milhões de ações ordinárias na operação. Na oferta, a empresa levantou R$ 2,67 bilhões e reduziu sua participação na rede para 30,51%.

Esses movimentos integram um plano do grupo francês para levantar cerca de € 4,5 bilhões até o fim de 2023 e reduzir sua alavancagem. Nessa direção, a venda de parte de sua fatia no Assaí não foi a única medida. Em julho de 2022, por exemplo, o Casino vendeu a GreenYellow, seu negócio de energia renovável, para a também francesa Ardian, por € 600 milhões.

As ações do Casino, grupo avaliado em € 1,02 bilhão, encerraram o pregão de hoje na Bolsa de Paris com queda de 1,5%. Já os papéis do Assaí fecharam o dia na B3 com ligeira alta de 0,57%. No ano, as ações da rede brasileira acumulam uma desvalorização de 8,8%. A empresa está avaliada em R$ 23,9 bilhões.