Nem “Papai Lebron”, como o narrador Rômulo Mendonça costuma chamar o astro da NBA LeBron James, imaginaria uma conquista como a que o Los Angeles Lakers acaba de alcançar. A franquia do campeonato mais importante de basquete do planeta será vendida por US$ 10 bilhões.
A informação foi publicada em primeira mão pelo The Wall Street Journal. Trata-se de um valor recorde para qualquer equipe esportiva já vendida – supera, de longe, o segundo lugar que ficou com o Boston Celtics, vendido por US$ 6,1 bilhões no início do ano. E marca também a nova era de investidores em série no esporte como negócio.
A família Buss, atual controladora dos Lakers, comprou a franquia em 1979 por US$ 67 milhões. Agora, sairá de cena para dar lugar à Mark Walter, investidor e CEO da Guggenheim Partners. Ele vai assumir um time que conquistou 17 títulos da NBA e onde brilharam estrelas como Magic Johnson, Kareem Abdul-Jabbar, Kobe Bryant, Shaquille O’Neal e, agora, LeBron James.
Mark Walter é um selfmade man, dono de uma fortuna pessoal avaliada em US$ 6,1 bilhões, que comanda uma companhia com mais de US$ 350 bilhões sob gestão. E esse não é o primeiro investimento dele em ativos esportivos.
Walter tem participações no time de baseball Los Angeles Dodgers, no time de futebol inglês Chelsea, na equipe feminina de basquete Los Angeles Sparks e na recém-formada equipe Cadillac, de Fórmula 1, que vai estrear em 2026.
Mais investidores do mercado financeiro, empresários e gestoras de private equity passaram a olhar as equipes esportivas à medida que as ligas se tornaram mais profissionais e, com a concorrência entre emissoras de televisão e serviços de streaming, passaram a abocanhar contratos bilionários de transmissão.
A própria NBA é um exemplo. No ano passado, a liga anunciou um uma série de contratos de mídia que somaram US$ 77 bilhões. Saíram os parceiros históricos da TNT, da Warner Bros, para a entrada da NBC, da Amazon, e a manutenção da ESPN e da ABC, ambas da Disney, na maior parte dos direitos nacionais.
Segundo uma pesquisa da consultoria financeira Oaklins, com presença em 40 países, as empresas de private equity impulsionaram os negócios no esporte no ano passado. Das 410 transações que foram fechadas em 2024, 45% tiveram a participação de gestoras de private equity.
A Oaktree Capital Management, de Howard Marks, assumiu o controle da Internazionale de Milão, que chegou à final da Champions League neste ano. No Brasil, também aconteceram movimentos semelhantes.
Desde que a lei das SAFs foi aprovada, diversos investidores entraram em clubes grandes e pequenos – todos de olho na profissionalização das ligas, o que ainda está longe de acontecer. Os gigantes Mubadala e General Atlantic têm tentado juntar a Liga Brasileira de Futebol (Libra) com a Liga Forte Futebol (LFF). Ainda sem sucesso.
Independentemente disso, o Brasil tem visto os investimentos se intensificarem. O Grupo City, por exemplo, investiu no Bahia; o empresário americano John Textor entrou no Botafogo; e gestoras como Tauá Partners, a Revee e a XP Investimentos investiram na Portuguesa.
Até mesmo os investidores vistos como torcedores apaixonados estão de olho no potencial de valorização do negócio. Logo que anunciou a compra do Atlético Mineiro, Rubens Menin deu como exemplo transações que aconteceram em outras áreas.
Na época, em entrevista ao NeoFeed, ele falou sobre a NFL, a liga profissional de futebol americano, e a NBA. E deu como exemplo o ex-jogador Michael Jordan, que comprou o time de basquete Charlotte Hornets, em 2010, por US$ 275 milhões, e vendeu, em 2023, por US$ 3 bilhões.
Agora, com a venda dos Lakers, os exemplos de sucesso de investimento no esporte estão, é bom reforçar, bem atualizados.